quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Sem contar

Eu prefiro não contar, e eu gosto de gente que não conta.
Não conta vantagem, não se vangloria. Apenas faz, dá o seu melhor, entende suas metas e realiza tudo com um objetivo maior, não puramente  tangível.
Gosto de gente que perde as contas.
As contas de quantas vezes recomeçou, de quantas vezes tropeçou, de quantas vezes encontrou força onde julgou não mais haver absolutamente nada.
Gosto de quem não conta quantas chances deu a si, ao outro, ao amor, à vida. Gosto de quem não se intimida em dar segundas chances. Até porque podem ser mil, mas ainda as chamamos de segunda, porque não gostamos de contar.
Gosto de quem não economiza, não guarda para si, se expõe, fala.
Gosto de quem resolve pessoalmente.
Eu sou do tipo de pessoa que resolve pessoalmente.
Gosto de quem pega as bagunças da sua própria história e transforma em recordação.
Gosto de quem fotografa, na vida, na memoria, na câmera.
Gosto de quem não vive de rancor e esquece a mágoa.
Gosto de quem não faz tipo, nem de sonso, nem de inalcançável.
Porque o que importa mesmo, é reconhecer a nossa humanidade.
O que conta mesmo, é entender de ser feliz, e de fazer feliz.
O que muda o mundo é a maneira com que executamos o que nos propomos a fazer diariamente, e quando entendermos isso, ah, quando entendermos que o transformar está em nós, as coisas mudarão.
Porque se for para carregar dentro de nós, que seja o melhor, o mais leve, o mais representativo.
Não segurar as lágrimas diante da vida, não nos faz fracos, nos faz alunos numa aula tão particular e tão intensa.
Ser o que somos, descomplicar, seguir, alcançar. Se não for para isso, para que seria?


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Ou a falta de

O mais difícil é o manter-se bem.
Há dias bons, dias não tão bons.
É dolorido ver as concepções se desfazendo.
Mudam as estações e o mesmo permanece, apenas com rostos diferentes.
Não é lidar com decepção, é lidar com a vida.
Copos meio cheios, copos meio vazios, mentiras ditas em voz alta.
A única certeza é a de que precisa-se seguir em frente.
Em frente, enfrente.
É surpreendente o que há para se enfrentar dia após dia.
É demais.
A gente cresce, a gente aprende.
Há crises que são necessárias.
Nessas crises, por mais que muitas vezes percebamos que o que parece ser um retrocesso, na verdade é crescimento, amadurecimento, e crescer dói.
Descobrir que os contos de fadas só existem nos livros requer maturidade.
Entender que a solidão é inevitável pede força.
Ver que quem era não é mais exige equilíbrio.
Porque viver é isso.
Porque nem sempre o original é exatamente ao que se tinha esboçado no papel, em épocas de esperança.
Não confunda perspectiva com otimismo, ou falta de.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Do seu jeito

E aí chega aquele dia em que você olha para trás e pensa: quando as coisas vão dar certo de verdade?
Você analisa tudo o que aconteceu, os caminhos que percorreu, e não se encontra em nada, não se entende.
De repente se pega questionando se um dia realmente será realmente feliz.
A resposta é clara:
Será.
Claro que será!
Plante hoje, para colher amanhã.
Quem semeia o bem, o intangível, o que é bonito, não colherá nada diferente disso.
Entenda que felicidade é muito mais uma questão de escolha.
Que ter uma vida feliz é extremamente diferente daquilo que lemos nos contos de fadas, aqui é outra história, aqui é vida é real.
Sim, haverá dias em que a sensação é de que tudo está desmoronando, e do contrário, dias em que tudo dará certo.
Energize-se a ponto de ter munição para os dias não tão bons.
Saiba que a felicidade é saber enxergar com os olhos do entusiasmo, não se deixe abater.
Olhe para tudo o que é seu e pense: eu mereço isso!
Olhe para tudo o que não está como gostaria e decida: vou consertar isso!
Há forças positivas que não podemos explicar, se apegue a elas. Acredite que há planos muito maiores envolvendo você, envolvendo a sua vida.
Se preocupe muito mais com o resultado das suas ações do que com elas próprias.
Tenha em mente transformar o mundo.
Faça perdurar o hábito de ter atitudes transformadoras.
Não se prenda.
Dance sob o sol numa tarde de sábado.
Ria de você. Ria para você.
Entenda-se. Descubra-se. Redescubra-se. Encante-se.
Mude os móveis de lugar.
Renove a cor das paredes.
Cultive flores.
Goste de animais de estimação.
Lembre-se do passado com saudade.
Olhe para o futuro com coragem.
Faça acontecer.
Faça o novo.
Faça denovo.
Faça o que quiser e faça do seu jeito.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Aprendendo

Felicidade é algo que se aprende.
Quando se aprende, melhor fica a vida, mais intenso fica viver.
Felicidade para mim é proporcional a liberdade.
Só os livres são felizes.
Quando digo livres, digo os livres de si mesmos.
Quando se permite libertar-se, e aí que se descobre o quão prazerosa a vida pode ser.
E prazer é bom demais.
Prazer ao acordar de manhã, ao sair da cama.
Prazer em fazer o que se tem para fazer durante o dia.
Prazer em se trabalhar da melhor maneira que se pode.
E tudo fica diferente.
As pessoas podem até não perceber.
Mas a gente, dentro da gente, sabe que mudou alguma coisa.
Que a gente começou a crescer, a desenvolver a equilibrar.
Não é dar valor ao óbvio, e entender do que está além do que os olhos vêem.
Não é sobre o que as coisas são, é sobre o que elas significam.
E a gente não ama apenas o que o outro é.
Amamos a sensação que ele nos dá. Amamos o significado.
Descobrir que a felicidade não é sobrenatural, é algo aprendido, muda a gente.
E muda para melhor.
E quem não quer ser melhor?
Ser melhor para gente mesmo.
Porque quanto melhor nos sentirmos, mais atingiremos o outro.
E é isso.
Mudanças positivas em cadeia.
Felicidade que se descobre.
Prazer em se viver o hoje.
Nós mesmos, e equilíbrio emocional lado a lado, dividindo a mesma frase.

Minha dica: vale à pena experimentar.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Daqui do banco dos trinta...

Possivelmente seu eu tivesse prestado mais atenção quando me diziam que com o tempo tudo se ajeita, eu tivesse sofrido menos.
Há sempre os conselhos daqueles dizendo que quando formos mais velhos entenderemos tudo de um jeito diferente.
E não é que é a mais pura verdade?
É só quando se chega nessa fase da vida, a de obrigatoriamente ser adulto, que as coisas parecem ser mais claras.
Tudo tem um sabor novo. Tudo é experimentado de outra maneira, e a sensação é a que cada dia é tão melhor.
Estou adorando envelhecer. Sim, envelhecer! Já não sou mais um garoto, os primeiros cabelos brancos já deram o ar de sua graça, dormir é diferente, a sensação de que o corpo mudou é real. Mas e por dentro? O que mudou por dentro? Me pergunto isso todos os dias.
É só com o passar do tempo que a gente abandona aquela euforia adolescente, e começa a saborear  tudo de uma maneira mais consistente e profunda.
É quando se cresce que se percebe que amigos são necessários independentemente de onde se esteja, e para onde se vai.
É nessa fase da vida, que  damos conta, definitivamente, que depositar tanto de si no seu trabalho, não é uma obrigação, é exercício de talento.
Nesse momento da vida, podemos respirar fundo e sentir saudade, não dor, apenas saudade, pura e forte, porque com as experiências vividas, já sabemos que há pessoas que nos certamente nos deixarão, outras que irão para perto de Deus,  e outras que simplesmente seguirão caminhos diferentes, e isso é inevitável.
É aqui, nessa etapa da vida que os sorrisos de quem amamos acontecem sempre em câmera lenta, só para que possamos pensar, durante a fração de segundos em que eles acontecem, quanta sorte temos!
É quando  crescemos que entendemos os nossos pais, e percebemos o quanto nos parecemos com eles.
Nessa fase da vida os valores se solidificam, aquilo que acreditamos ganha intensidade, e a felicidade é tão mais possível.
Pode ser também, que aconteça tudo assim, pelo fato de estarmos mais equilibrados, sim, com a idade chega o equilíbrio. Conhecendo melhor a nós mesmos sabemos os nossos limites, e respeitar isso, é  um maneira de se ter plenitude.
Aprendemos, agora adultos, que há motivos pelos quais não adianta bater o pé, embirrar, tudo, leia-me, tudo acontece por uma razão de ser, e desacontece também.
É vivendo e aprendendo que damos conta que a felicidade da vida acontece em pequenos momentos, e esses pequenos momentos surgem, na maioria das vezes, quando não estamos prestando atenção. Por isso é tão importante não desperdiçarmos, nem olhares, nem abraços nem sorrisos.
É aqui, nessa fase da vida que percebemos que tolerância é um segredo, e que preconceito é uma atitude aceitável, mas não justifica discriminação alguma.
É daqui, do banco dos trinta em diante, que sentimos na carne a velocidade do mundo.
É agora, que o dom de eternizar gestos se faz cada vez mais importante.
É experimentando, que se ganha propriedade para falar sobre.
É observando, que o simples se torna indispensável que o milagre acontece, e acontecendo, nos melhora, nos engrandece, e nos faz entender que tudo o que passamos, as batalhas que ganhamos e as que não, foram momentos de um caminho, e que tudo isso fez de nós o melhor que queríamos ser, e que o que acontece hoje, nos melhora para o amanhã, e que no fim das contas a vida é isso, crescer, entender, e ser melhor, diferentemente melhor.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Bem feito

Qual a medida do fazer bem feito?
Qual é o parâmetro?
O bem feito está em quem realiza ou em quem contempla a realização?
Na vida é assim, uma lista enorme de muitas certezas, uma delas é a de que teremos de fazer muito.
Fazer, realizar, produzir, tudo a mesma coisa, e desde cedo essa é a máxima.
Mas como ser justo, do ponto de vista contemplativo? Ou melhor, como julgar que quem fez, “fez bem feito”?
Ninguém é orientado a não realizar.
Eu penso que a não realização se dá por três motivos:
- Não sei fazer: porque ninguém nasce sabendo, e precisamos ser ensinados, e quanto melhor ensinados, motivados e treinados, mais sucesso nas realizações.
- Não consigo fazer: por aptidão e talento, que as vezes se tem e as vezes não.
- Não quero fazer: aí é uma questão de escolhas e isso é muito pessoal.
Quando nos colocamos na posição de analisadores e não de realizadores percebemos o quão difícil é ser justo com quem faz, com quem realiza.
O meu bem feito, pode não ser o seu, mas o seu, ainda que eu não consiga perceber, pode ser o seu melhor.
Ninguém quer ser visto como incompetente, desleixado. Há, mas não entro em mérito, os desonestos, oportunistas, mas julgar todos assim é imbecilidade.
O ser humano faz. E faz pare ser reconhecido. Faz para ser elogiado. Faz para receber um olhar de gratidão. Faz coisas pequenas, que somadas, mudam o mundo. Faz grandes coisas, que percebidas, mudam a história.
É preciso acreditar em quem está conosco, nas suas potencialidades, no seu desprendimento, só assim reconheceremos o bem feito.

Antes de me colocar no lugar do outro, tentando perceber seus motivos, suas emoções, suas limitações, todos os meus argumentos e análises são tolos e descartáveis.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Como assim foda-se?

Como assim foda-se?
Virou lema: foda-se!
As pessoas usam a expressão acima para definirem-se ou mesmo como um grito de liberdade.
“Vamos ser felizes e foda-se o resto!”
Que resto?
Não tem como dizer foda-se o resto.
O resto é muita coisa.
Esse grito me parece típico de um sustentado ou de um irresponsável.
Eu não posso sair para ser feliz e deixar o resto se explodir.
Isso não é libertador, ao contrário, é ainda mais atormentador.
Viver não é fazer apenas o que se tem vontade.
Há também o que se fazer porque é necessário.
E se o cirurgião pensasse: Foda-se o anestesista, vou operar sem ele! Daria certo?
O segredo de se viver bem está no equilíbrio.
Nada extremista resolve por muito tempo.
É até compreensível que muitas vezes trata-se de alguém tão cansado, subjugado, obrigado, que quer romper com o que oprime e manda tudo às favas.
O problema é a cultura que se cria em volta disso, são os monstros que alimentamos nos moldes do “seja feliz e não se importe com o outro, com o que ele sente, muito menos com as coisas, e o valor que elas têm.”
Não podemos esquecer que as nossas atitudes não reagem somente em nós mesmos, elas reagem no nosso meio.
Para realmente decidir o que excluir, desprender da nossa vida, o melhor caminho é analisar, pensar, descobrir quem somos, reconhecer o nosso papel no mundo, e aí sim, conscientemente romper com o que tanto queremos carimbar com o tal do foda-se.
O sinal está aceso. Se há algo que precisa ser mandado para longe nota-se um desequilíbrio.
Faça o que tem de ser feito.
Entre fazer por fazer, e fazer do jeito certo, escolha o segundo. Isso sim pode ser libertador.


domingo, 7 de julho de 2013

Como seria?

E se tudo fosse como tivesse mesmo de ser?
E se o amor dedicado retornasse na mesma proporção?
E se realmente aprendêssemos a cada erro, como seria?
Se as noites fossem amigas?
Se dormir fosse fácil?
E se a gente entendesse que gente erra mesmo, e por isso tolerasse mais?
Se a gente perdoasse a ponto de esquecer, como seria?
Se o nosso coração fosse calmo?
Se os pensamentos que habitam nossa mente fossem leves e pacientes?
Como seria se cada um cuidasse de si a ponto de alcançar o outro?
Se entendêssemos que há diferenças e isso não nos diminui, nos acrescenta?
Como seriam dias de otimismo?
Como seria não ter medo de chuva? De cinza? De escuro?
E se nós realmente entendêssemos que o que plantamos hoje ,colheremos amanhã?
Imagina que incrível seria, se percebêssemos que o que fazemos com o nosso sorriso, pode mudar o outro?
Como seria se tivéssemos esperança a ponto de tudo enfrentar?
Como seria se coisas simples nos satisfizesse?
Como seria ser simples?

Como seria ser feliz?

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Para nunca mais voltar...

“Quem somos nós?
No que nos tornamos?
O que nos mantém?
Me pergunto em que momento do caminho tomamos direções tão opostas.
Concretizo o verbo do meu amor em relação à você.
Sempre foi assim.
Te olho, te vejo, te percebo.
Digo: tudo vai dar certo.
Guardo os teus segredos, vivo tuas histórias.
Faço guerras por você, por amor.
E espero.
Espero por um interesse na minha vida, nas minhas coisas, nas minhas melhoras.
Espero por um gesto humano, amoroso. Só espero.
Nossas conversas são sempre sobre você.
Se falo sobre mim, seus olhos não me olham, e outro assunto nos interrompe, e novamente eu não sou mais importante.
Não se trata de carência. Nem de necessidade excessiva de atenção.
Trata-se genuinamente de amor.
Afinal de contas eu jurei amor.
Pare e analise: das pessoas que estão ao seu lado, quantas estão porque simplesmente amam você?
O que aconteceu conosco?
E se tudo não passasse apenas de ilusão?
E se até agora só eu amei?
Não sei como quero me sentir daqui pra frente.
Sei apenas como não quero me sentir.
Estou mudando a minha vida para um cômodo novo.
Não poderei levar todas as coisas.”
Deixou isso num papel amarelo sobre a mesa.
E se foi. Provavelmente para nunca mais voltar.



terça-feira, 11 de junho de 2013

Eu faço

O tempo cura tudo.
Já acreditei nisso, sabia?
Pensava que era só esperar, que milagrosamente tudo se resolveria.
Passou o tempo e o que descobri , na verdade,  foi o seguinte: não é tão simples assim!
Pensar que o tempo é o responsável por ajeitar, curar, mudar tudo, é conformismo demais.
Não é o tempo que ajeita, é o trabalho.
Não é o tempo que cura a ferida, é o como a medicamos, como cuidamos dela.
Não é o tempo que muda o que somos, somos nós, o que decidimos, o que planejamos, o que executamos.
Hoje eu sei que para que o tempo surta o seu efeito, eu preciso parar, entender, decidir, tomar uma atitude transformadora.
Se eu for esperar o tempo para mudar as minhas frustrações, eu viverei frustrado para sempre.
Se eu esperar e esperar para que as coisas aconteçam, daqui a pouco, passou, perdeu-se, pode ser que eu não consiga mais.
Eu preciso de tempo apenas para entender.
E quanto mais eu entendo, mais eu posso.
Porque conhecer-se, saber dos seus limites, das suas possibilidades, das suas construções e desconstruções pode ser determinante na hora de se conseguir o que mais nos interessa, o que nos motiva, o que nos faz ser quem somos, conquistar a tal felicidade.
Se há tempo, faça você mesmo.


terça-feira, 14 de maio de 2013

Passado


Meus textos são no passado.
Prefiro esse tempo.
Sempre que respiro mais fundo, o peito dói.
Dói de saudade de lá.
Saudade dos sábados ensolarados com cara de dia mais bonito da vida.
Saudade dos rostos que não sei como são hoje.
Desejo  sempre, voltar para um tempo onde amar era simples, onde perdoar não doía, onde ser feliz era barato.
Sim, era tudo bem barato.
Até porque o que nos fazia bem era o que não podíamos tocar, e isso não se encontra à venda na banca da esquina.
O que fazia feliz era a ansiedade pelas descobertas, pelas novidades da vida.
Hoje não.
Hoje nada mais dá a alegria que era própria daquele tempo.
Hoje o gosto não é o mesmo.
Saudade das tardes com cheiro de pão no forno.
Saudade de ser cuidado.
Saudade de quando as pessoas eram menos assustadoras.
Sinto falta do tempo ingênuo, quase que simplório, mas cheio de sorriso puro.
Aconteceu.
Ri.
Amei.
Aprendi.
Fui.
Senti.
Realmente, prefiro verbos no passado.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Venha


Pode vir.

Fácil não garanto que seja.

Por isso venha.

Venha sabendo que o que te espera por aqui também não é tão frágil como parece.

São pernas fortes, que já andaram por muitos caminhos, e ultrapassaram muitos obstáculos.

Trata-se de um coração que aprendeu na dor o quão importante é o amor.

Por isso venha.

Mas venha pronto.

Porque num piscar de olhos, num sorriso de canto de lábios, tudo pode mudar.

Pode ser que quem caia seja você e não eu.

Ou ainda pode ser que quem caia seja o medo de viver, de ceder, de experimentar.

Não importa as suas armas, venha.

Que o que há em mim pode ser tão transformador que de repente você se sinta diferente.

Não outra pessoa, a mesma, só que melhor.

Venha, porque podemos mudar essa história, virar essa página, reescrever esse livro.

Podemos, ao invés de confrontar, consertar.

Porque tudo se conserta.

O para sempre é hoje.

E quando o que planejamos dá errado, é aí que se encontra o mudar de uma vida.

Porque tudo é uma questão de como querer ver.

E o melhor ponto de vista, certamente, é aquele nos faz fixar olhar na felicidade.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Adiante


De todas as maneiras.

De qualquer maneira.

Seja como for.

Aguente.

Enfrente.

Vença.

Porque se é para ser assim.

Que seja com intensidade.

De morno, os outros.

De hipócrita, o mundo.

De intenso, você.

Você e suas vontades, e os seus medos e as suas dores.

Porque de amores tolos, lá fora está repleto.

Porque de consertadores do mundo, lá fora está cheio.

Não queira tudo consertado.

Deseje a beleza do que está fora do lugar.

A genialidade da dúvida.

A certeza do efêmero.

Queira dias e noites de atropelo.

Porque heróis não são feitos na calmaria.

Vitoriosos não são feitos longe de guerras.

E seguir adiante é o único caminho que pode ser considerado.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sobre direção e velocidade


E daí você sai da cama, naquele dia em que decidiu que vai mudar tudo.
Mudanças que arquitetou dentro do coração e da cabeça por horas, dias, meses, anos.
Vai ser tudo diferente, pensa.
Sai de casa com um novo ânimo, com nova esperança, e mais ciente do quer.
Age diferente, sorri diferente, sente com otimismo.
Enxerga tudo de uma nova maneira, um novo olhar.
E tudo isso dura, no máximo, duas horas.
Porque saindo de casa você percebe as mesmas coisas de antes, o mundo está igual.
Encontra as mesmas pessoas, e elas também estão iguais, ou piores.
A frustração toma conta e o que resta? Desistir.
Se o mundo é tão cruel comigo, que seja. Não vou deixar barato.
Tudo volta ao normal, e você já a mesma pessoa de ontem à noite.
Se isso é bom ou ruim, eu não sei.
Só sei que é o que acontece.
E só acontece por um motivo.
Somos fracos.
Fracos para seguir adiante. Para sentir dor. Para abrir mão.
Fracos para assumir que o outro é importante, e precisa ser perdoado, elogiado, amado.
A fraqueza nos derruba.
Mas ela só chega porque abrimos, quase que sem querer, uma brecha.
Quando arquitetamos uma mudança, um plano, o desejo é de ver tudo realizado o mais rápido possível, há pressa, aí erramos.
O que devemos mudar exige tempo, cuidado, paciência.
Já dizia o poeta que numa mudança é mais importante a direção do que a velocidade.
Então vamos lá, buscar direção.
Sabendo que melhorar, mudar, reorganizar faz parte de uma existência saudável.
Não há problemas estar em ruínas.
Das ruínas vem a restauração, o novo, o mágico, o inovador, o impressionante.
E o novo você, pode ir muito mais longe.
E você pode se fazer novo quantas vezes quiser.
Queira.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Método


“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de criatividade.”
 Carlos Drummont de Andrade

Dizem por aí que a criatividade é a inteligência brincando.
Dizem que sonhos podem ser alcançados e que quem quer algo, pode tê-lo.
O que eu penso disso?
Concordo plenamente.
O momento hoje nos pede: criatividade.
Ser criativo é poder lidar com as mais difíceis situações e sair delas inteiro.
É conseguir fazer com que o dia mais escuro e nublado, tem raios de sol, nem que seja num mundo só seu.
Seja o que você quiser.
Hoje quer ser mocinho? Tudo bem. Amanhã quer ser radical? Você pode ser.
Encare a vida como um livro sendo escrito a próprio punho, a seu punho.
E coloque nele as ilustrações que desejar.
Sonhe tão intensamente a ponto de sentir que a realidade está muito mais próxima do que pode parecer.
Desafie-se.
Tenha planos, metas, seja audacioso, inovador.
Há por aí pessoas que escrevem histórias mornas, de maneira exaustiva, reinvente-se a ponto de levar novidade onde quer que esteja. Há carência do novo, do real, do interessante.
Seja interessante. Transforme o que for preciso, não tenha medo de mudanças, de abrir mão, de dividir, de pedir ajuda. Impacte o mundo, impacte as suas relações de uma maneira que sintam você, que vejam você.
Abandone os velhos hábitos, busque o equilíbrio entre a insensatez e os pés no chão.
Dê gargalhadas.
Enrouqueça de gritar.
Não tenha medo de noites escuras, planos que deram errado, nem de mudar de lugar.
Aprenda a rir sempre. Quem ri obtém leveza.
Goste de quem gosta de você.
Respeite quem não gosta.
Dance até os pés doerem.
Seja intensamente feliz.
Fortemente batalhador.
Incrivelmente ousado.
Grandemente bom.
Crie, e faça um mundo diferente.
Se nada der certo hoje, levante-se amanhã e faça tudo de novo.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Sem lados


Guerra.
É assim que se ganha algo hoje em dia, guerreando.
Tenha um lado, seja extremista, aponte o outro lado com ofensas, injúrias, e guerreie.
Não lute por um mundo melhor. Lute por um mundo unilateral, absolutista, raso.
Somos ensinados a tomar um lado desde de muito cedo.
Quando se escolhe o lado que se quer ficar, pensa-se que o outro, ou os outros lados param de existir, ou existem de maneira suja, obscura, pecaminosa.
Não existem verdades absolutas.
Não existem inverdades absolutas.
Tudo depende da nossa disposição em aceitar, tolerar, lidar.
Não precisamos de lados, precisamos de equilíbrio.
Nem tudo é tão bom quanto parece ou tão mal quanto supomos.
Enquanto não sairmos dos extremos e passarmos a ocupar meios, brechas, rachaduras, as coisas tendem a continuar como estão, ou piores.
Vale à pena viver num mundo onde os iguais se fazem diferentes, e se odeiam?
Basta para nós estarmos na posição de odiadores do oposto?
Quanto tempo ainda perderemos na busca da vitória de um lado só?
Quantos soldados mais perderemos?
O quanto de nós sacrificaremos?
Entender o outro lado talvez seja a diferença.
Fazer o certo ao invés do conveniente.
Pensar no todo e não num só.
Errar, acertar, unir, perdoar.
Tornar leve o que parece impossível.
Ter esperança mesmo quando tudo parece ruir.
Ser firme no único propósito que vale realmente à pena.
O propósito do amor.
Afinal, se o grande mundo é composto de pequenos mundos, mudar tudo nem é tão complicado assim.