quarta-feira, 24 de abril de 2013

Venha


Pode vir.

Fácil não garanto que seja.

Por isso venha.

Venha sabendo que o que te espera por aqui também não é tão frágil como parece.

São pernas fortes, que já andaram por muitos caminhos, e ultrapassaram muitos obstáculos.

Trata-se de um coração que aprendeu na dor o quão importante é o amor.

Por isso venha.

Mas venha pronto.

Porque num piscar de olhos, num sorriso de canto de lábios, tudo pode mudar.

Pode ser que quem caia seja você e não eu.

Ou ainda pode ser que quem caia seja o medo de viver, de ceder, de experimentar.

Não importa as suas armas, venha.

Que o que há em mim pode ser tão transformador que de repente você se sinta diferente.

Não outra pessoa, a mesma, só que melhor.

Venha, porque podemos mudar essa história, virar essa página, reescrever esse livro.

Podemos, ao invés de confrontar, consertar.

Porque tudo se conserta.

O para sempre é hoje.

E quando o que planejamos dá errado, é aí que se encontra o mudar de uma vida.

Porque tudo é uma questão de como querer ver.

E o melhor ponto de vista, certamente, é aquele nos faz fixar olhar na felicidade.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Adiante


De todas as maneiras.

De qualquer maneira.

Seja como for.

Aguente.

Enfrente.

Vença.

Porque se é para ser assim.

Que seja com intensidade.

De morno, os outros.

De hipócrita, o mundo.

De intenso, você.

Você e suas vontades, e os seus medos e as suas dores.

Porque de amores tolos, lá fora está repleto.

Porque de consertadores do mundo, lá fora está cheio.

Não queira tudo consertado.

Deseje a beleza do que está fora do lugar.

A genialidade da dúvida.

A certeza do efêmero.

Queira dias e noites de atropelo.

Porque heróis não são feitos na calmaria.

Vitoriosos não são feitos longe de guerras.

E seguir adiante é o único caminho que pode ser considerado.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sobre direção e velocidade


E daí você sai da cama, naquele dia em que decidiu que vai mudar tudo.
Mudanças que arquitetou dentro do coração e da cabeça por horas, dias, meses, anos.
Vai ser tudo diferente, pensa.
Sai de casa com um novo ânimo, com nova esperança, e mais ciente do quer.
Age diferente, sorri diferente, sente com otimismo.
Enxerga tudo de uma nova maneira, um novo olhar.
E tudo isso dura, no máximo, duas horas.
Porque saindo de casa você percebe as mesmas coisas de antes, o mundo está igual.
Encontra as mesmas pessoas, e elas também estão iguais, ou piores.
A frustração toma conta e o que resta? Desistir.
Se o mundo é tão cruel comigo, que seja. Não vou deixar barato.
Tudo volta ao normal, e você já a mesma pessoa de ontem à noite.
Se isso é bom ou ruim, eu não sei.
Só sei que é o que acontece.
E só acontece por um motivo.
Somos fracos.
Fracos para seguir adiante. Para sentir dor. Para abrir mão.
Fracos para assumir que o outro é importante, e precisa ser perdoado, elogiado, amado.
A fraqueza nos derruba.
Mas ela só chega porque abrimos, quase que sem querer, uma brecha.
Quando arquitetamos uma mudança, um plano, o desejo é de ver tudo realizado o mais rápido possível, há pressa, aí erramos.
O que devemos mudar exige tempo, cuidado, paciência.
Já dizia o poeta que numa mudança é mais importante a direção do que a velocidade.
Então vamos lá, buscar direção.
Sabendo que melhorar, mudar, reorganizar faz parte de uma existência saudável.
Não há problemas estar em ruínas.
Das ruínas vem a restauração, o novo, o mágico, o inovador, o impressionante.
E o novo você, pode ir muito mais longe.
E você pode se fazer novo quantas vezes quiser.
Queira.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Método


“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de criatividade.”
 Carlos Drummont de Andrade

Dizem por aí que a criatividade é a inteligência brincando.
Dizem que sonhos podem ser alcançados e que quem quer algo, pode tê-lo.
O que eu penso disso?
Concordo plenamente.
O momento hoje nos pede: criatividade.
Ser criativo é poder lidar com as mais difíceis situações e sair delas inteiro.
É conseguir fazer com que o dia mais escuro e nublado, tem raios de sol, nem que seja num mundo só seu.
Seja o que você quiser.
Hoje quer ser mocinho? Tudo bem. Amanhã quer ser radical? Você pode ser.
Encare a vida como um livro sendo escrito a próprio punho, a seu punho.
E coloque nele as ilustrações que desejar.
Sonhe tão intensamente a ponto de sentir que a realidade está muito mais próxima do que pode parecer.
Desafie-se.
Tenha planos, metas, seja audacioso, inovador.
Há por aí pessoas que escrevem histórias mornas, de maneira exaustiva, reinvente-se a ponto de levar novidade onde quer que esteja. Há carência do novo, do real, do interessante.
Seja interessante. Transforme o que for preciso, não tenha medo de mudanças, de abrir mão, de dividir, de pedir ajuda. Impacte o mundo, impacte as suas relações de uma maneira que sintam você, que vejam você.
Abandone os velhos hábitos, busque o equilíbrio entre a insensatez e os pés no chão.
Dê gargalhadas.
Enrouqueça de gritar.
Não tenha medo de noites escuras, planos que deram errado, nem de mudar de lugar.
Aprenda a rir sempre. Quem ri obtém leveza.
Goste de quem gosta de você.
Respeite quem não gosta.
Dance até os pés doerem.
Seja intensamente feliz.
Fortemente batalhador.
Incrivelmente ousado.
Grandemente bom.
Crie, e faça um mundo diferente.
Se nada der certo hoje, levante-se amanhã e faça tudo de novo.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Sem lados


Guerra.
É assim que se ganha algo hoje em dia, guerreando.
Tenha um lado, seja extremista, aponte o outro lado com ofensas, injúrias, e guerreie.
Não lute por um mundo melhor. Lute por um mundo unilateral, absolutista, raso.
Somos ensinados a tomar um lado desde de muito cedo.
Quando se escolhe o lado que se quer ficar, pensa-se que o outro, ou os outros lados param de existir, ou existem de maneira suja, obscura, pecaminosa.
Não existem verdades absolutas.
Não existem inverdades absolutas.
Tudo depende da nossa disposição em aceitar, tolerar, lidar.
Não precisamos de lados, precisamos de equilíbrio.
Nem tudo é tão bom quanto parece ou tão mal quanto supomos.
Enquanto não sairmos dos extremos e passarmos a ocupar meios, brechas, rachaduras, as coisas tendem a continuar como estão, ou piores.
Vale à pena viver num mundo onde os iguais se fazem diferentes, e se odeiam?
Basta para nós estarmos na posição de odiadores do oposto?
Quanto tempo ainda perderemos na busca da vitória de um lado só?
Quantos soldados mais perderemos?
O quanto de nós sacrificaremos?
Entender o outro lado talvez seja a diferença.
Fazer o certo ao invés do conveniente.
Pensar no todo e não num só.
Errar, acertar, unir, perdoar.
Tornar leve o que parece impossível.
Ter esperança mesmo quando tudo parece ruir.
Ser firme no único propósito que vale realmente à pena.
O propósito do amor.
Afinal, se o grande mundo é composto de pequenos mundos, mudar tudo nem é tão complicado assim.