Li num perfil numa rede social, a pessoa dizendo que prefere ser grosseira à ser simpática. E ri.
A mesma pessoa dizia que simpatia era uma maneira falsa de agir com os outros, e a grosseria é ser sincero, ser natural. Ri novamente.
Quando digo que ri, não me refiro que achei engraçado, não! Foi aquele riso tenso, sabe? Daqueles que não evitamos numa situação de desconforto.
Como pode, num mundo onde os jovens afirmam crescer mais rápido, onde cada vez mais se tem acesso a informação, as pessoas confundirem grosseria com autenticidade?
O fato de ser cordial, tolerante, simpático com o próximo não faz de você um falso. Faz de você uma pessoa inteligente e bem educada.
Autenticidade, penso eu, é criar e viver dentro do que se é inclinado, é conhecer sua personalidade a ponto de viver com atitudes coerentes ao o que se sente. Ser rude, grosseiro, intolerante, mal humorado, caracteriza um tolo, e não alguém digno de admiração.
O tal dono do perfil citava Dr. House, personagem áspero de uma série americana super famosa. Ele realmente é fantástico, mas para os que são dotados de uma interpretação um pouco mais profunda, Gregory House é um frustrado, viciado, e infeliz. Não estou botando em cheque a qualidade do programa, por favor. Estou questionando de uma maneira mais profunda o fato de pessoas usarem um fato isolado ou uma frase solta para justificar a grosseria.
O mundo nos cobra cada vez mais, as pressões nos cansam, eu acredito que devamos nos apegar a relações mais leves, mais saudáveis, mais felizes.
Aos chatos de plantão, afundem-se na sua “autenticidade”.