segunda-feira, 16 de maio de 2016

Eu, eu mesmo...

Demorei a entender.
A gente é programado, desde muito cedo, a condicionar a nossa felicidade ao outro.
Seja gente, seja material, só seremos felizes se tivermos o outro.
Nessa ânsia por conquistar, por estar sempre com algo ou com alguém, a gente se esforça demais, e vai deixando detalhes de si pelo caminho, e de repente, nem se reconhece mais.
Imagina, cozinhar só para mim!
Não, não vou, não tenho companhia!
Odeio ir ao cinema sozinho!
E por aí vai...
A vida acontecendo e a gente dependendo demais dec alguém na nossa cena para que ela seja uma cena feliz. Se não tiver ninguém, pronto, é filme triste.
O que a gente demora demais em se dar conta é que, a maioria das experiências da vida são solitárias.
Dor, a gente sente sozinho. Medo também.
Compartilhar é importante? Sim.
Ter amores, amigos, gente do lado? Claro! Porém, se não tiver, tudo bem!
Cozinhar só para si? Sim!
Deixar de ir por não ter companhia? Nunca mais.
Cinema? Sempre! Não importa se acompanhado ou desacompanhado.
Acontece que tentam roubar de nós a percepção de que há felicidade em fazer as coisas sozinho.
Eu percebi isso quando sentei numa cafeteria lotada, pedi o meu Macchiato com Caramelo, um Muffin de Banana, olhei as pessoas ao meu redor e não tive pena de mim por estar sozinho, ao contrário, eu me senti feliz por estar sentado comigo mesmo, livre por experimentar o meu café e o meu bolinho. Havia prazer ali! Havia alegria em aproveitar apenas a minha companhia.
Não estou dizendo que é para ser egoísta, só estou desmistificando a supervalorização das relações, e por medo da solidão, topar qualquer relacionamento, qualquer amizade.
Quando a gente gosta da companhia da gente, qualquer um pode gostar, pelo que a gente é de verdade.
E ser de verdade é tão melhor.