Demorei a entender.
A gente
é programado, desde muito cedo, a condicionar a nossa felicidade ao outro.
Seja
gente, seja material, só seremos felizes se tivermos o outro.
Nessa
ânsia por conquistar, por estar sempre com algo ou com alguém, a gente se
esforça demais, e vai deixando detalhes de si pelo caminho, e de repente, nem
se reconhece mais.
Imagina,
cozinhar só para mim!
Não, não
vou, não tenho companhia!
Odeio ir
ao cinema sozinho!
E por aí
vai...
A vida
acontecendo e a gente dependendo demais dec alguém na nossa cena para que ela
seja uma cena feliz. Se não tiver ninguém, pronto, é filme triste.
O que a
gente demora demais em se dar conta é que, a maioria das experiências da vida
são solitárias.
Dor, a
gente sente sozinho. Medo também.
Compartilhar
é importante? Sim.
Ter
amores, amigos, gente do lado? Claro! Porém, se não tiver, tudo bem!
Cozinhar
só para si? Sim!
Deixar
de ir por não ter companhia? Nunca mais.
Cinema? Sempre!
Não importa se acompanhado ou desacompanhado.
Acontece
que tentam roubar de nós a percepção de que há felicidade em fazer as coisas
sozinho.
Eu
percebi isso quando sentei numa cafeteria lotada, pedi o meu Macchiato com
Caramelo, um Muffin de Banana, olhei as pessoas ao meu redor e não tive pena de
mim por estar sozinho, ao contrário, eu me senti feliz por estar sentado comigo
mesmo, livre por experimentar o meu café e o meu bolinho. Havia prazer ali!
Havia alegria em aproveitar apenas a minha companhia.
Não
estou dizendo que é para ser egoísta, só estou desmistificando a
supervalorização das relações, e por medo da solidão, topar qualquer
relacionamento, qualquer amizade.
Quando a
gente gosta da companhia da gente, qualquer um pode gostar, pelo que a gente é
de verdade.
E ser de
verdade é tão melhor.