terça-feira, 24 de abril de 2012

Mentindo


Minto para mim mesmo sobre as coisas que não posso ter.
Repito várias vezes: um dia virá.
Não que eu acredite realmente nisso, mas de fantasia também se é possível viver.
Crio situações, emoções, eventos, de acordo com o que gostaria que fosse.
O sono não vem.
Minto para mim mesmo todas as noites.
Enquanto me engano vejo as coisas que eram para ser minhas.
Existe um motivo para que elas não o sejam? Talvez.
Ouça bem, minto para mim e não para os outros.
Não tenho porque enganar ninguém, nunca tive medo de me mostrar exatamente como sou:
O fraco mais forte que já existiu.
O equilíbrio que passeia pelo desequilíbrio, com essa simplicidade.
Não sou alguém imerso em conformismo, nunca fui.
Eu só quero mais.
Sempre foi assim, desde garoto.
Nunca estou satisfeito com o que abraço, sempre preciso ir além. Em descontento.
Não é ambição desmedida, é sonho de alcançar o mundo.
Não é ingratidão, é desejo.
Olho para todos os meus azuis e me pergunto onde estariam os vermelhos que quero.
E é com vermelhos que sonho todas as noites.
Porque assim o quis.
Mentindo.
Mentindo para mim mesmo antes de dormir.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Surpreendente!


Tem gente que surpreende a gente.
A gente surpreende a gente.
Surpresa é a constante.
Você planeja, define, trabalha por algo e quando menos espera:
Surpresa!
O vento passou, bagunçou as cartas, e tudo tem que continuar, só que agora de outro jeito.
Porque a vida simplesmente tem essa função: a de surpreender.
Os sonhos, as decisões, sempre são recheados do fator inesperado.
Li certa vez que é o inesperado  que muda as nossas vidas, concordo completamente.
É o arrepio, a incerteza, a dúvida.
É o ser pego descalço, o atravessar uma barreira aparentemente impossível.
É o poder continuar mesmo quando tudo leva a crer que não há mais caminho pela frente.
É se descobrir feliz hoje com o que até ontem nem tinha tanta importância assim.
É estar pronto, estar aberto.
Superar o medo do escuro.
Aprender a dançar na chuva.
Controlar o tom da voz.
Semear bondade.
É ser reconhecido pelo que se é.
É despertar sensações estimulantes.
É rir do acaso, e amar o novo.
Estar pronto para o que a vida trás, e fazer dela a melhor viagem.
É o inesperado que muda as nossas vidas.
É o agora que determina o sorriso de logo mais.
É o entendimento da história que se quer escrever que leva ao final feliz.
É viver o surpreendente.
É ser surpreendente.
Supreendente!

domingo, 15 de abril de 2012

Amarelo então


Dá para ir além.
Quanto maior é a dificuldade, maior é o impulso. Pense nisso.
É quase que natural.
A dificuldade aparece e é hora de simplesmente encher o peito de ar e enfrentar.
É impressionante como acreditar em si mesmo torna o trajeto mais alcançável.
E é tão bom quando se olha para frente e se percebe que na verdade tudo é tão possível.
Não, não é uma frase feita, não é um clichê, é a mais pura verdade, tudo é possível quando se acredita conseguir.
A vida é repleta, o caminho é cheio de possibilidades.
Sim, nem sempre o que nos é possível estava nos planos e  muitas vezes a única opção é readequar, reajustar.
Mas é aí, nesses momentos que nos damos conta de que se não azul, amarelo também pode ser uma cor bonita.
Que se não de orelha a orelha, a estampa do rosto ainda pode ser um belo sorriso.
Que se não de uma maneira explosiva, ser feliz de um jeito tímido também é ser feliz.
Que se não lá, aqui é o lugar de fazer a vida acontecer.
E que quem quer algo, e luta realmente por isso, tem que estar pronto.
Pronto porque quando menos se espera, o que sonhou vai acontecer.
Claro que vai.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Resultado...


Um pouco de tudo, sabe?
Medo, arrependimento, vontade de não sei.
É como se eu tivesse a frente mil caminhos e não quisesse tomar nenhum deles.
Quero sentar, no quarto, no escuro, e esperar passar.
Não, não é exagero! É dor!
Dor que dói na alma, que não permite respirar fundo, que tira o sono,  a fome, e que descompassa.
Isso, estou em descompasso!
Descompasso de mim mesmo, do que sei que sou, do que deveria ser e do que gostaria de ser.
Emoções bagunçadas, temores potencializados, esperanças embaçadas.
Confusão.
É certo se perder a essa altura da vida?
A ordem correta não é a de que os anos vão passando e a gente vai ficando mais forte?
É complicado, eu sei, mas eu estou recebendo de volta, do universo quem sabe, o que plantei, o que fiz.
Eu fui até lá, coloquei minha cara a tapa, plantei meus sonhos. Eu arrisquei. Arrisquei porque faz parte de mim toda essa intensidade, toda essa dramaticidade.
Não sou ficção cientifica, sou drama.
Não sou substantivo, sou verbo.
Não sou simples. Sou espetáculo.
Sim, eu fui até lá. Eu arrisquei. Eu fiz valer a máxima de que antes ser infeliz por resultado, do que ser feliz por consequência.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Como é?


Como é ser importante?

Como é ser o sol de alguém?

Como é ter alguém que mudaria a rota por você?

Como é ser especial?

Como é sentir-se querido a ponto das bochechas corarem?

Como é não ter medo?

Como se sente alguém que tem uma mão para segurar num momento difícil?

Como se sente alguém que não é sozinho?

Qual a sensação de ter para onde voltar?

Como é ter para quem contar seus segredos e seus medos?

Como é?

Eu não sei.

Como é ser feliz?

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Seguindo...


Eu gostaria de ter sido tantas coisas.
Se fosse para ter seguido os meus sonhos de criança hoje eu seria um super herói. Daqueles que podem voar e ficar invisíveis, sabe? Desisti, porque se voasse teria ainda assim que ir para algum lugar, e mesmo invisível teria de lidar com as mesmas situações de que se fosse visto.
Quis ser médico, queria salvar vidas. Desisti porque não saberia conviver com a dor de perder pessoas pelas minhas mãos.
Quis ser artista, ser visto. Desisti também, porque as portas eram estreitas demais.
Quis ser pai, mas nem sempre as coisas são como se quer.
Quis ser reconhecido e lembrei que a maioria das pessoas não conseguem enxergar o que está ali, na frente delas.
Com passar do tempo fui simplificando, hoje eu quero apenas ser feliz. Feliz como nunca foram antes aqui por essas terras.
Eu quero sorrir, sorrir para alcançar o outro.
Quero relações profundas e amor exagerado.
Embora tenha abandonado aqueles sonhos, ainda hoje eu tenho que ir para lugares, lidar com situações, conviver com a dor de perder pessoas, passar por portas estreitas, entender que nem tudo é como eu quero.
O que está diferente agora?
Eu estou!
Como eu sei que os planos de hoje irão dar certo?
Simples, não vou mais desistir.