Eu não sou o mesmo de dez
anos atrás.
Entenda isso.
Os meus acertos sim, são
méritos meus.
Os erros, bom, os erros são
de alguém que certamente nem existe mais.
Depois de cada um deles eu
fui obrigado a me refazer.
Levantei, e decidi ir
adiante.
Ando sonhando tanto.
Sonho com dias diferentes,
com cores diferentes.
Sonhar é necessário pra mim.
Eu não espero o concreto,
sempre me encantei mais com o abstrato.
Não quero o tangível.
Por isso me apego tanto a
sonhos, a realidades que eu mesmo posso inventar, a reinos onde vou de rei a
plebeu.
Eu não sou o mesmo de dez
anos atrás.
Naquela época eu acreditava
que deveria fazer tudo em nome da felicidade.
Hoje penso em fazer tudo em
nome da paz.
Tranquilidade salta muito
mais aos meus olhos, nos tempos de hoje.
Quero ser sempre o que não fui.
Quero ter o que é diferente.
Me contento com os poucos
amigos que tenho.
Sei que posso contar comigo,
e com os meus reinos.
Lá onde puramente piso por
entre as nuvens.
Onde canto canções que nem
sei.
Onde criei um mundo que nem
saberia que pudesse existir.
Os meus lugares só são
possíveis porque eu mudei.
Porque eu não sou o mesmo de
dez anos atrás.