Cuidar de
tudo, era o que mais amava.
Aprendera
desde muito cedo que amor falado pouco importa, e dedicou-se a construir a vida
alicerçada no amor demonstrado. E demonstrava.
Fazia tudo
para que assim soubessem: amor é cuidado!
E como
cuidava. Cuidou do pai, da mãe, dos irmãos, cuidou dos amigos, das crianças,
dos bichos, dos tijolos e das propriedades. Cuidou do doente de memória boa, e
do de memória fraca também.
Dedicou-se. Deu
de si a quem precisasse. E quando era noite, dormia tranquilamente por se
sentir encontrado, fazedor.
Crescera ouvindo
os provérbios, e acreditara firmemente que diante de plantio tão certeiro,
colheria fartamente.
Esquecera apenas
que não é tão simples assim, e que colheitas, por vezes, são perdidas em meio
as intempéries.
E de
intempéries sabia a cor e o sabor, porque nunca, se vira cercado de
tranquilidade.
Mas cansara.
E cansado
deitou-se.
Não era mais
certo que o tempo melhoraria.
Desistira da
colheita.
E lá, deitado
permaneceu.
Não se ouve
mais sobre ele.
A quem
cuidou, não sabe-se o paradeiro.
E o tempo
passou.
Ele.
Ele quem?
Ninguém se
lembra.