Qual a medida do fazer bem feito?
Qual é o parâmetro?
O bem feito está em quem realiza ou em quem contempla a
realização?
Na vida é assim, uma lista enorme de muitas certezas, uma
delas é a de que teremos de fazer muito.
Fazer, realizar, produzir, tudo a mesma coisa, e desde
cedo essa é a máxima.
Mas como ser justo, do ponto de vista contemplativo? Ou melhor,
como julgar que quem fez, “fez bem feito”?
Ninguém é orientado a não realizar.
Eu penso que a não realização se dá por três motivos:
- Não sei fazer: porque ninguém nasce sabendo, e
precisamos ser ensinados, e quanto melhor ensinados, motivados e treinados,
mais sucesso nas realizações.
- Não consigo fazer: por aptidão e talento, que as vezes
se tem e as vezes não.
- Não quero fazer: aí é uma questão de escolhas e isso é
muito pessoal.
Quando nos colocamos na posição de analisadores e não de
realizadores percebemos o quão difícil é ser justo com quem faz, com quem
realiza.
O meu bem feito, pode não ser o seu, mas o seu, ainda que
eu não consiga perceber, pode ser o seu melhor.
Ninguém quer ser visto como incompetente, desleixado. Há,
mas não entro em mérito, os desonestos, oportunistas, mas julgar todos assim é
imbecilidade.
O ser humano faz. E faz pare ser reconhecido. Faz para
ser elogiado. Faz para receber um olhar de gratidão. Faz coisas pequenas, que
somadas, mudam o mundo. Faz grandes coisas, que percebidas, mudam a história.
É preciso acreditar em quem está conosco, nas suas
potencialidades, no seu desprendimento, só assim reconheceremos o bem feito.
Antes de me colocar no lugar do outro, tentando perceber
seus motivos, suas emoções, suas limitações, todos os meus argumentos e
análises são tolos e descartáveis.