quarta-feira, 31 de julho de 2013

Bem feito

Qual a medida do fazer bem feito?
Qual é o parâmetro?
O bem feito está em quem realiza ou em quem contempla a realização?
Na vida é assim, uma lista enorme de muitas certezas, uma delas é a de que teremos de fazer muito.
Fazer, realizar, produzir, tudo a mesma coisa, e desde cedo essa é a máxima.
Mas como ser justo, do ponto de vista contemplativo? Ou melhor, como julgar que quem fez, “fez bem feito”?
Ninguém é orientado a não realizar.
Eu penso que a não realização se dá por três motivos:
- Não sei fazer: porque ninguém nasce sabendo, e precisamos ser ensinados, e quanto melhor ensinados, motivados e treinados, mais sucesso nas realizações.
- Não consigo fazer: por aptidão e talento, que as vezes se tem e as vezes não.
- Não quero fazer: aí é uma questão de escolhas e isso é muito pessoal.
Quando nos colocamos na posição de analisadores e não de realizadores percebemos o quão difícil é ser justo com quem faz, com quem realiza.
O meu bem feito, pode não ser o seu, mas o seu, ainda que eu não consiga perceber, pode ser o seu melhor.
Ninguém quer ser visto como incompetente, desleixado. Há, mas não entro em mérito, os desonestos, oportunistas, mas julgar todos assim é imbecilidade.
O ser humano faz. E faz pare ser reconhecido. Faz para ser elogiado. Faz para receber um olhar de gratidão. Faz coisas pequenas, que somadas, mudam o mundo. Faz grandes coisas, que percebidas, mudam a história.
É preciso acreditar em quem está conosco, nas suas potencialidades, no seu desprendimento, só assim reconheceremos o bem feito.

Antes de me colocar no lugar do outro, tentando perceber seus motivos, suas emoções, suas limitações, todos os meus argumentos e análises são tolos e descartáveis.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Como assim foda-se?

Como assim foda-se?
Virou lema: foda-se!
As pessoas usam a expressão acima para definirem-se ou mesmo como um grito de liberdade.
“Vamos ser felizes e foda-se o resto!”
Que resto?
Não tem como dizer foda-se o resto.
O resto é muita coisa.
Esse grito me parece típico de um sustentado ou de um irresponsável.
Eu não posso sair para ser feliz e deixar o resto se explodir.
Isso não é libertador, ao contrário, é ainda mais atormentador.
Viver não é fazer apenas o que se tem vontade.
Há também o que se fazer porque é necessário.
E se o cirurgião pensasse: Foda-se o anestesista, vou operar sem ele! Daria certo?
O segredo de se viver bem está no equilíbrio.
Nada extremista resolve por muito tempo.
É até compreensível que muitas vezes trata-se de alguém tão cansado, subjugado, obrigado, que quer romper com o que oprime e manda tudo às favas.
O problema é a cultura que se cria em volta disso, são os monstros que alimentamos nos moldes do “seja feliz e não se importe com o outro, com o que ele sente, muito menos com as coisas, e o valor que elas têm.”
Não podemos esquecer que as nossas atitudes não reagem somente em nós mesmos, elas reagem no nosso meio.
Para realmente decidir o que excluir, desprender da nossa vida, o melhor caminho é analisar, pensar, descobrir quem somos, reconhecer o nosso papel no mundo, e aí sim, conscientemente romper com o que tanto queremos carimbar com o tal do foda-se.
O sinal está aceso. Se há algo que precisa ser mandado para longe nota-se um desequilíbrio.
Faça o que tem de ser feito.
Entre fazer por fazer, e fazer do jeito certo, escolha o segundo. Isso sim pode ser libertador.


domingo, 7 de julho de 2013

Como seria?

E se tudo fosse como tivesse mesmo de ser?
E se o amor dedicado retornasse na mesma proporção?
E se realmente aprendêssemos a cada erro, como seria?
Se as noites fossem amigas?
Se dormir fosse fácil?
E se a gente entendesse que gente erra mesmo, e por isso tolerasse mais?
Se a gente perdoasse a ponto de esquecer, como seria?
Se o nosso coração fosse calmo?
Se os pensamentos que habitam nossa mente fossem leves e pacientes?
Como seria se cada um cuidasse de si a ponto de alcançar o outro?
Se entendêssemos que há diferenças e isso não nos diminui, nos acrescenta?
Como seriam dias de otimismo?
Como seria não ter medo de chuva? De cinza? De escuro?
E se nós realmente entendêssemos que o que plantamos hoje ,colheremos amanhã?
Imagina que incrível seria, se percebêssemos que o que fazemos com o nosso sorriso, pode mudar o outro?
Como seria se tivéssemos esperança a ponto de tudo enfrentar?
Como seria se coisas simples nos satisfizesse?
Como seria ser simples?

Como seria ser feliz?