Eu prefiro
não contar, e eu gosto de gente que não conta.
Não conta
vantagem, não se vangloria. Apenas faz, dá o seu melhor, entende suas metas e
realiza tudo com um objetivo maior, não puramente tangível.
Gosto
de gente que perde as contas.
As contas
de quantas vezes recomeçou, de quantas vezes tropeçou, de quantas vezes
encontrou força onde julgou não mais haver absolutamente nada.
Gosto
de quem não conta quantas chances deu a si, ao outro, ao amor, à vida. Gosto de
quem não se intimida em dar segundas chances. Até porque podem ser mil, mas
ainda as chamamos de segunda, porque não gostamos de contar.
Gosto
de quem não economiza, não guarda para si, se expõe, fala.
Gosto
de quem resolve pessoalmente.
Eu sou
do tipo de pessoa que resolve pessoalmente.
Gosto
de quem pega as bagunças da sua própria história e transforma em recordação.
Gosto
de quem fotografa, na vida, na memoria, na câmera.
Gosto
de quem não vive de rancor e esquece a mágoa.
Gosto
de quem não faz tipo, nem de sonso, nem de inalcançável.
Porque
o que importa mesmo, é reconhecer a nossa humanidade.
O que
conta mesmo, é entender de ser feliz, e de fazer feliz.
O que
muda o mundo é a maneira com que executamos o que nos propomos a fazer
diariamente, e quando entendermos isso, ah, quando entendermos que o
transformar está em nós, as coisas mudarão.
Porque
se for para carregar dentro de nós, que seja o melhor, o mais leve, o mais
representativo.
Não segurar
as lágrimas diante da vida, não nos faz fracos, nos faz alunos numa aula tão
particular e tão intensa.
Ser
o que somos, descomplicar, seguir, alcançar. Se não for para isso, para que
seria?