Como ser feliz com o outro?
Como se despir das próprias
vaidades a fim de entender um relacionamento?
Parece difícil, complicado,
impossível responder essas perguntas.
A visão romântica demais, de
que a vida é um mar de rosas, e as relações são como as de novela mexicana,
daquelas onde se sofre, briga, dramatiza e no fim tudo termina perfeito, é pura
bobagem.
A magia das relações reais
está na imperfeição de si, e do outro.
Quando se aceita o outro, independentemente
de qual a configuração do relacionamento, como ele realmente é, ocorre em nós,
quase que naturalmente, um reajuste de expectativas, com isso, uma compreensão maior
do que verdadeiramente é relacionar-se.
A maioria das relações não dão
certo porque o nosso maior objetivo, explicito ou não, é o de “mudar” o outro. Desperdiçamos
tempo e energia na intenção exata de moldar as nossas relações à nossa maneira.
Erro fatal.
Despir-se de si mesmo, é
tirar as fantasias infantis, de que a nossa vida é um filme da sessão da tarde,
ou uma novela do Manoel Carlos, a nossa vida é nossa apenas, e desfantasiar as
relações, se é que essa palavra existe, é um bom meio de ser feliz.
Quer ser feliz? Ame. Ame a
si mesmo antes de amar o outro.
Bote a sua felicidade apenas
sob a sua dependência, em outras palavras, não dependa de ninguém para ser
feliz.
Aceite os seus amigos, a sua
família, o seu amor, tal qual eles são realmente, e não os queira diferentes,
ajustados a você, os queira felizes, e se for preciso fazer ajustes neles, de
coisas que faz mal a eles mesmos, apenas os ajude a descobrir, e a enfrentar, e
a lutar por melhora.
Ninguém é feliz sozinho, mas
vivemos numa era onde as pessoas não estão conseguindo serem felizes juntos
também. Quando isso vai parar? Quando eu parar. Quando eu olhar para o outro e
entendê-lo, respeitá-lo e amá-lo apenas pelo que ele é, nada mais.