É por entender de dor que falo com propriedade:
Ninguém pertence a ninguém, nem que queira.
Somos indivíduos únicos, com pensamentos voltados para a
singularidade, quando menciono singularidade leia egoísmo.
Sonhamos um mundo colorido, o oposto das nossas tragédias
em preto e branco.
É como se o bem que desejamos fosse medido com a
intensidade do medo que temos do que é ruim e que tentamos repelir de nós.
É um porto de navios não ancorados.
Porque sentir-se bom, não significa sê-lo.
Porque entender de gente, não faz ninguém mais humano.
Em prece, corra.
Corra para longe.
Leve consigo suas mazelas, suas ironias e sua estupidez.
Você não é o que pensa.
Você não é o livro denso e coerente que pensa ser.
Você é piada, e das grosseiras, daquelas que se escuta no
balcão do bar sujo da esquina.
Se há salvação? Não sei.
O que existe mesmo, de verdade, é a vontade louca de liberdade.
Mais que querer estar, querer seguir.
Não é tão simples quanto possa parecer, mas em qual dimensão
excluímos possibilidades?
Há sempre um amanhã pior disfarçado de esperança.
Pegue os seus julgamentos e faça deles o que bem
entender.
O fato de olhar para você, não significa que te veja.
O fato de escutar você, não significa que te ouça.
O fato de ter amado você, não quer dizer que possa
suportar tudo.
De fato em fato somos isso, o longe, o apartado, o
solitário.
Tinha que ser assim.
Estava escrito.