sexta-feira, 14 de julho de 2017

Certeza

Ontem me ocorreu que na vida, certo mesmo, é que somos sozinhos, que não importa quantas pessoas conhecemos pelo caminho, quantos amigos julgamos ter feitos, quantos amores conquistados, a experiência da vida é silenciosa e solitária.
Por mais que nos esforcemos a pensar que não, que na hora que mais precisarmos teremos amparo, que na hora do medo teremos alguém para segurar a nossa mão, creia em mim, não funciona bem assim na prática.
A vida é de dentro para fora, e ninguém realmente consegue alcançar o que há dentro da gente.
A dor que mais dói é aquela que a gente esconde.
É revelador compreender que lá fora tudo continua sem a gente. O dia continua bonito, as agendas continuam a ocupar pessoas, o trânsito a correr, só você parou, só você se engrugiu e desapareceu por um momento, e daqui a pouco pode desaparecer para sempre.
Promessas de amor romântico! Talvez o amor romântico seja uma das maiores mentiras que já contamos, e vivemos, e passamos para frente.
Não há romantismo na dor, ela é seca, e corta a gente como lâmina, lentamente.
Não há romantismo na solidão, ela é silenciosa e enlouquecedora.
Mas a vida é um grande clichê: a gente não entende o outro até passar por algo parecido, a gente valoriza quando não tem mais, e assim por diante...
Eu sempre foi um idealista romântico. Eu sempre acreditei que o amor demonstrado poderia salvar o mundo de alguém, ou ao menos torná-lo melhor. Hoje não sei...
O que sei: as piores experiências da vida são vividas no nosso íntimo, enquanto as pessoas que amamos estão ocupadas demais.
Não reclamo, constato.
Não peço.
Vou continuar a lidar com os meus demônios, como sempre, porém com novas certeza, solitárias e únicas certezas.