domingo, 26 de fevereiro de 2012

Pracinha...


A gente já pode ir?
Vamos saindo, em silêncio.
Nem que seja para irmos até ali na pracinha e caminharmos.
Eu prometo que se formos eu não direi nada que seja inoportuno.
Eu prometo que apenas veremos as estrelas e eu falarei sobre coisas que te façam rir.
Rir daquele jeito que só você sabe, quando o canto dos olhos riem junto.
Já te disse que adoro o seu sorriso?
Já te disse que ele potencializa o que há de bonito em sair à noite e ir até a pracinha?
Eu não sei seu título, não sei do que te chamar. Eu sei apenas quem é você é.
Se bem que eu nunca gostei de rótulos mesmo, nem de nomenclatura.
Quando se nomeia demais se esquece de quem está no nome.
Eu prefiro manter assim, sem nome, mas com rosto, olhares, sorrisos e noites na pracinha.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Distante...


Eu tive um tempo para me adaptar, eu sei.
Eu tive dias e mais dias de tentativas, em vão.
Eu sempre pensei que em mim morasse um super herói.
Eu sempre pensei que de certo modo eu venceria tudo, e conseguiria tudo.
Sempre estiveram em mim tantas certezas.
Mas hoje eu já não sei mais.
Me sinto desarmado.
Sinceramente, não era de se esperar que tanta coisa pudesse machucar ao mesmo tempo.
Não era para ser assim, cada dia mais distante, mais difícil.
O desejo inicial era como nos contos de fadas.
Era apenas o de ser feliz.
Mas ser feliz implica em ser infeliz as vezes.
Bem como a sombra só existe porque há uma luz.
Os dois lados da vida me fizeram, e me fazem estremecer, sentir medo.
Não era para ser assim.
Era para doer menos.
A cada instante, a instabilidade é maior.
A cada minuto, o “felizes para sempre” parece mais longe, mais inalcançável. 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Exageros


Eu acredito em exageros.
Se não acreditasse não teria cometido todos os erros que cometi, e também nenhum dos acertos.
Eu acredito em momentos simples com essência grandiosa, acredito em pessoas comuns com almas admiráveis,  acredito em sonhos.
Mas mais do que tudo, eu acredito em exageros.
Penso que amor deve ser demonstrado. É em atos que ele é compreendido. Falar, qualquer um fala, e fala qualquer coisa.
É melhor que ele seja visto à ouvido.
E se for para ser visto que  seja de maneira intensa.
Porque os momentos que vamos nos lembrar na vida são aqueles que, de certo modo, fizeram o nosso coração parar e o ar faltar nem que seja por um milésimo de segundo.
Vamos nos lembrar de quem nos fez ter a sensação de que tudo bem se o mundo desmoronar, porque não estaríamos sozinhos.
É dos olhos brilhando, da mão trêmula e da voz embargada.
É do pedido sem jeito, do rosto corado, do mal jeito em se expressar.
É o amor manifestado que faz toda a diferença.
Porque mesmo que o mundo me diga ao contrário, e tente me provar muitas vezes, eu ainda prefiro ter esperança no amor.
E quando digo em amor, o digo conjugado.
Mas talvez você não pense assim. Pode parecer bobagem.
Tudo bem, essa é apenas a minha opinião.
A opinião de alguém que acredita em exageros.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Regra


Arrumei tudo.
Não ficou nada fora do lugar.
Era noite que eu esperei por anos.
Preparei cada detalhe.
Quando olhei pela janela vi a lua, sim ela estava lá, e de lá brilhava de maneira especial.
A cada dois minutos eu olhava para a lua.
Na realidade, a esperança era de ver você chegar.
Mas eu não podia assumir isso para mim mesmo, então, continuava a olhar a lua.
O relógio está adiantado, pensava.
Logo o telefone toca, ou ouço bater na porta.
A lua estava linda, mas passou a ficar tímida e mudar de posição.
Não era a lua que havia passado, era o tempo.
Você não veio.
E não veio não  porque não sou bom o bastante.
Não veio pelo simples fato de que eu quebrei uma regra, a de nunca me entregar.
Olhar para tudo arrumado, o dia nascendo e o adeus da lua só me fez lembrar o que eu já sabia há tempos.
As pessoas não estão prontas para lidar com o que há em nós e resolvemos, por amor, entregar a elas.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sério...


Eu não me lembro. Serio!
Mesmo que me esforce eu não consigo me lembrar.
Não me lembro do gosto, do cheiro, do cenário, nem da situação.
Não me lembro do tempo, da hora, de nada.
Eu simplesmente bloqueio.
É assim que funciona para mim:
Não deu certo. Passado.
Me magoou, chateou. Fica para trás.
Eu não sei se é ruim ter essa facilidade. Mas sou assim.
Memória fraca? Pode ser.
Eu só  não me apego as lembranças doloridas, as situações que me causaram dor, nem  a gente que me feriu.
Não fico recordando, remoendo, sabe?
É melhor superar. E de superação eu entendo.
Superação não é para qualquer um.
Eu prefiro transformar as lágrimas em sorrisos.
As dores em esperanças.
As marcas em cicatrizes.
O lixo em ouro.
A saudade em poesia.
Eu opto por ser amor.
E amor, não precisa de memória.
Amor se é.
Se é e pronto.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pensando bem...


O tempo passou e eu mudei de opinião.
Antes o que eu mais queria era crescer, aprender, conhecer.
Hoje não.
Sinto saudade de saber menos. Saudade de conhecer menos.
Quando a gente conhece demais passa então a saber demais, e quanto mais se sabe mais difícil fica ser feliz.
Eu não estou dizendo que gostaria de ser ignorante, não.
Eu sinto saudade de não saber coisas de gente grande.
De quando os compromissos eram mais de coração do que de razão.
Saudade de quando se podia confiar num adulto.
Saudade de quando gostar era uma simples questão de permitir sentir.
E quando se gostava a única coisa que importava mesmo era sentir bem, fazer bem.
Saudade de quando pouco dinheiro bastava.
De quando os doces eram gostosos de verdade.
De quando sentia vontade de comer pizza.
Saudade das manhãs de sábado.
Saudade dos meus pais na mesma casa.
Saudade de quando olhava no espelho e sabia quem estava vendo, e o máximo que pensava era:
Você vai crescer, conquistar coisas, conhecer lugares, pessoas, e vai ser muito feliz.