quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Por mais...



Não há nada que me emocione mais do que gente que contribui, que faz sua parte.
Não há nada mais honesto e bonito do que acrescentar a quem quer que seja, o que quer que se tenha.
Já temos muros demais.
Já temos amarras demais.
Precisamos de mais liberdade.
Precisamos de menos criticas e mais bons exemplos.
É de gente que inspira a gente que estou falando.
Aquela pessoa que poderia apenas viver em seu mundo, mas resolve escancarar as portas e oferecer-nos do que estamos tão carentes.
E sim, estamos carentes. Carentes de gentilezas, de sorrisos, e de pessoas em quem confiar.
Estamos carentes de amizades que nos aproximam da nossa essência.
Não se vê mais, a essa altura, relacionamentos sendo criados desprovidos de interesses.
É de músicas que tocam o coração que sentimos falta.
É de cheiro de bolo no forno.
É de barulho de chuva.
Estamos sempre ocupados demais em busca do que costumamos chamar de objetivo, mas que não temos bem certeza do que é, nem como estaremos ao chegar até ele, nem se chegaremos.
É de gente que ajuda o outro que o mundo está carente.
É de otimismo e senso de humor.
É de gente que muda o dia da gente sendo simples.
É tudo árduo demais.
Bondade ameniza.
Amenize-se.
Seja bom, ame.
Lembre-se que todo mundo ama, que todo mundo sonha, que todo mundo é filho de alguém, e às vezes, fazer essa pessoa se sentir especial é tão simples, e gratuito.
Por um mundo melhor.
Por um mundo de mais amor.
Por um mundo perfeitamente imperfeito.
Por menos julgamentos e mais mãos estendidas.
Por mais sonhos virando realidade.
Por mais.

Simplesmente mais.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Ok?

Desaprendemos, não teve jeito.
De certo modo endurecemos, mudamos.
Era para ser diferente, claro que era!
A receita inicial era outra.
O ideal seria:
Amor, respeito, zelo.
Se assim fosse teríamos:
Bons relacionamentos, tranquilidade, felicidade.
Mas o que fizemos no geral?
Nos fechamos.
Nos fechamos tanto, que ficou difícil ser tocado.
Quem diz gentilezas – puxa saco.
Quem nos corrige – invejoso.
Quem nos demonstra cuidado – interesseiro.
Perdemos a sensibilidade aliada ao bom olhar.
Nos fechamos num mundo de ideias nossas, absolutas, e o que o outro pensa? Bom, o que o outro pensa não importa. Eu sei, eu vou, eu quis, frases feitas para que quando a coroa venha num final árduo, encerremos com um: “eu conquistei sozinho!”
São pessoas se orgulhando de terem vencido sozinhas aos montes por aí, mas não há dedos que contem quantas outras pessoas, que poderiam ser aliadas, foram impedidas de participar da jornada, por mero capricho, ou inabilidade de dividir, compartilhar, comunicar.
Não nos emocionamos mais.
Antes, nos dávamos ao direito de ver a beleza do simples, de contemplar o cotidiano.
Uma história de amor para nos emocionar hoje precisa ter artifícios extremos, de preferência dois adolescentes apaixonados, câncer, morte, tragédia.
Ok?
Não!
Não podemos deixar que apenas o extremo nos toque.
É preciso dar valor as coisas simples, corriqueiras, diárias.
Desarmar-se a ponto de aceitar elogios, ajuda, conselhos, afeto.
Reprogramar-se a ponto de elogiar, oferecer ajuda, dar afeto.
Nem tudo é tão absoluto que não possa ser repensado, revisado, reavaliado.
Ninguém é tão mal que não mereça outra chance.
Nenhum amor é tão bonito quanto o que esta acontecendo agora.
Nada é mais importante do que ser portador de alegria.
Tudo vale mais à pena quando escolhemos o caminho da amabilidade.
Faça um teste.
Ok?



terça-feira, 14 de outubro de 2014

Fabricio

Quanto valem dez anos?
Como se mede isso?
Primeiro a gente pensa que não vai conseguir e de repente, dez anos!
Eu pude ver nesse tempo tantas mudanças, tantas transformações.
Eu pude participar de tantas alegrias e vencer tantos obstáculos.
Dez anos passam muito depressa.
Há coisas que a gente vai esquecendo pelo caminho. A memória trai o coração.
Lembro muito pouco da sua voz.
Em compensação, lembro-me como se fosse hoje do 15 de Outubro de 2004. Lembro-me de como o chão se abriu e tudo rapidamente ficou cinza.
Lembro do sino tocando. Lembro dos abraços, e de olhar para as pessoas e ver a dor em cada uma delas.
Lembro-me como se fosse ontem do dia em que você partiu. Estranhamente partiu.
Nas nossas vidas ficou uma lacuna que nunca foi preenchida.
Não se esquece de alguém como você, que chega, ensina, muda tudo e vira anjo.
Não se esquece de tudo o que você promoveu.
Amar definitivamente não é para qualquer um.
Como um garoto, tecnicamente inexperiente, pode ensinar tanto sobre ser bom?
Eu nunca terei essa resposta.
O que sei é que amor genuíno nasce com a gente, e que quando a gente opta por ser uma pessoa boa, e melhor a cada dia, em fazer o bem, em acreditar que quem recebe o bem, fará o bem, e isso se torna uma corrente capaz de mudar o mundo, o universo conspira a nosso favor. E isso você fez, e o fez grandemente.
Costumo pensar na linha da sua existência como um anjo que chegou, mudou tudo, e voltou a ser anjo. Isso ameniza a dor.
Amor. Quanto amor.
Saudade. Quanta saudade.
Imaginar que tipo de homem você seria agora. Qual carreira teria seguido, se já teria filhos e esposa. Tudo é estranho.
De qualquer forma, daqui a pouco serão mais dez anos, e mais dez, e mais.
A mim, cabe a saudade.
Aos que te amaram, a mesma coisa.
Mas a saudade dá lugar a gratidão, por ter sido tão privilegiado em te ter por perto, nos melhores momentos da minha vida.
Daí do céu olha por nós.
Seus amigos sempre falam de você.
E eu não acredito que você não está aqui há dez anos.
Um dia a gente se reencontra.

Com amor,

Padrinho


segunda-feira, 23 de junho de 2014

O segredo...

Sempre me perguntei como se mede amor, como se mensura sucesso, como se quantifica o que se conquistou durante a vida.
Junto com essas perguntas sempre pensei se vale mais à pena valorizar quem não tem nada e fez tudo, ou quem tem tudo e de certo modo fez  alguma coisa também.
Quanto vale o amor?
Nunca tive noção exata até conhecer Maria.
Maria tinha no rosto a expressão de quem não sorria há muito tempo.
Os olhos eram assustados, escondidos por trás de um óculos pesado, de lentes grossas, que claramente denunciavam que os não enxergavam como antigamente.
Maria. Sempre gostei desse nome. Acho simples, singelo, cheio de doçura, e não era diferente com essa Maria.
As mãos de Maria tinham manchas, típicas da idade que carregou, dos filhos que segurou, das lutas que venceu, se tivesse eu, percebido Maria mais cedo, talvez houvesse tempo de saber os detalhes de cada uma daquelas manchas, os fatos que as puseram naquelas mãos que já haviam sido jovens e mais firmes, mas não eram mais, eram mãos simples, marcadas, eram mãos Maria.
Maria passara pela vida quase que despercebida. Origem simples, família simples, um número numa estatística que eu nunca prestei muita atenção.
Tivera filhos, me disse, os quais amou com toda a intensidade, eram diferentes, porém, não os trocaria por nada, essa afirmação era facilmente justificada quando Maria relatou o quanto os sonhou, porque vieram do amor, o amor pelo qual Maria se dedicou, mas que acabara, porque além de todas as fadigas que carregava, perdeu-se de amores e ficou só, sim de solidão entendia.
Era visível que o coração de Maria não sorria. Mas coração sorri? Pensei. Coração sorri quando a intensidade do que faz feliz alcança a alma, a alma de Maria talvez nunca tivera sido feliz.
Observei seus gestos, seu falar, sabia pouco das novidades do mundo, mas era certo que sabia demais da vida. Parecia não saber o que fazer com o que aprendera, mas era Maria, e por ser Maria podia ser perdoada.
Ela falava demais, e eu via que a necessidade era a de ser ouvida.
A vi chorando, certa vez. Um crime. Maria não podia chorar, o que levara Maria a ter tanta dor em seu peito a ponto de sentir-se mal, apenas por existir? Ninguém pode chorar por não saber o seu lugar, nem a quem pertence, muito menos Maria.
Ao perguntá-la o que a deixaria feliz, a resposta quase não se voltou efetivamente para si, a felicidade estava em seguranças para os outros. Compreensível, era Maria, e para Maria não poderia ser diferente.
Como se mede o amor?
Quem merece amor?
Devo eu exaltar suas vitórias ou expor seus fracassos?
Entendi porque Maria não tem um tesouro juntado na vida.
Entendi o porquê tesouros podem ter pesos diferentes para mim e para você.
Vi dor em Maria quando a olhei e com o olhar a julguei como quem passou pela vida e não tem nada, além de solidão.
Me envergonhei.
Quisera todos fossem como Maria.
Quisera eu poder cantar a ela, todos os dias suas qualidades.
Mas não sei de Maria.
Talvez não a veja novamente.
Só sei o que levo em mim de algo Maria, sei do segredo que me contou:
Amor não se mede por quanto você conquistou na vida, nem por quantas vezes você disse que ama a alguém em voz alta.
Amor se mede por lágrimas engolidas, refeições passadas ao outro, noites de trabalho, cuidado com quem se ama.
Aprendi de Maria.
Abracei Maria, na esperança de ser um dia tão digno quanto ela.

E foi assim, que uma Maria mudou a minha vida.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Uma carta

Numa folha sobre a mesa:
“Crescer é entender que as coisas nem sempre acompanham uma ordem natural.
Seguir é saber que há tanto que se deixa no caminho, que num momento, lá na frente, a gente nem acredita que sobreviveu.
Eu amava demais o que eu tinha. Era intenso e real. Eu tinha algo que pensava ser imutável, incorrigível, perfeito.
Acreditei que ao longo da minha vida havia juntado amigos, parceiros de sonhos, e que a nossa história seria sempre intensa, e cheia de amor, até porque de intensidade eu entendo, e de amor, bom metade de mim é amor, e a outra também.
Não que me arrependa de tudo o que fiz. Fiz porque quis, e se o fiz, foi conscientemente.
Me arrependo de ter me prendido a um meio só.
O tempo passou e o inevitável aconteceu, fiquei para trás.
Tudo evoluiu, e eu não. Perdi-me, insanamente nas promessas que fizemos. Errei.
Acontece, que depois de um tempo, recomeçar é tão difícil. O principal pensamento é o de que, pura e simplesmente. não há mais tempo. E há? Será?
Fiquei com os meus frangalhos e o meu cansaço. Fiquei com meus sonhos e minha solidão.
Coloquei todas as cartas na mesa, apostei tudo, e apostei errado.
Mea culpa.
Eu deveria ter visto o óbvio. Eu deveria ter montado o meu kit de sobrevivência, posto tudo numa bolsa e deixado próximo, para usar agora.
Sim, se há um momento para recorrer a algo que me ajude a sobreviver esse é o momento.
Não choro. Não há lagrimas. Há dor. Dores fortes como a do abandono, a de não ser respeitado, a de não ouvir a verdade. E não me refiro a uma verdade subjetiva, nem a uma verdade que quero ouvir, me refiro a verdade reta, sem atalhos e floreios. A verdade que une dois pontos da maneira mais prática e rápida possível. Verdade.
Não havia nenhum contrato entre nós, não éramos regidos por nenhum código, apenas éramos unidos por amor, amizade, fraternidade. Não posso viver acreditando que isso seja tão frágil, tão esgotável.
Enfim, me comprometo, e me comprometo comigo mesmo, a seguir, a sorrir, mas observe, quando puder, o meu sorriso, ele foi mudado. Observe o meu olhar, foi tornado mais raso.
Sigo porque não há outra alternativa.
À mim o recomeço.
À você, o melhor que houver nessa vida.”
Escreveu-me isso, esvaziou as gavetas, levou os retratos e se foi. 
Deixou em mim o talvez...


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Direto ao ponto.

Como ser feliz com o outro?
Como se despir das próprias vaidades a fim de entender um relacionamento?
Parece difícil, complicado, impossível responder essas perguntas.
A visão romântica demais, de que a vida é um mar de rosas, e as relações são como as de novela mexicana, daquelas onde se sofre, briga, dramatiza e no fim tudo termina perfeito, é pura bobagem.
A magia das relações reais está na imperfeição de si, e do outro.
Quando se aceita o outro, independentemente de qual a configuração do relacionamento, como ele realmente é, ocorre em nós, quase que naturalmente, um reajuste de expectativas, com isso, uma compreensão maior do que verdadeiramente é relacionar-se.
A maioria das relações não dão certo porque o nosso maior objetivo, explicito ou não, é o de “mudar” o outro. Desperdiçamos tempo e energia na intenção exata de moldar as nossas relações à nossa maneira. Erro fatal.
Despir-se de si mesmo, é tirar as fantasias infantis, de que a nossa vida é um filme da sessão da tarde, ou uma novela do Manoel Carlos, a nossa vida é nossa apenas, e desfantasiar as relações, se é que essa palavra existe, é um bom meio de ser feliz.
Quer ser feliz? Ame. Ame a si mesmo antes de amar o outro.
Bote a sua felicidade apenas sob a sua dependência, em outras palavras, não dependa de ninguém para ser feliz.
Aceite os seus amigos, a sua família, o seu amor, tal qual eles são realmente, e não os queira diferentes, ajustados a você, os queira felizes, e se for preciso fazer ajustes neles, de coisas que faz mal a eles mesmos, apenas os ajude a descobrir, e a enfrentar, e a lutar por melhora.

Ninguém é feliz sozinho, mas vivemos numa era onde as pessoas não estão conseguindo serem felizes juntos também. Quando isso vai parar? Quando eu parar. Quando eu olhar para o outro e entendê-lo, respeitá-lo e amá-lo apenas pelo que ele é, nada mais.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Estava escrito

É por entender de dor que falo com propriedade:
Ninguém pertence a ninguém, nem que queira.
Somos indivíduos únicos, com pensamentos voltados para a singularidade, quando menciono singularidade leia egoísmo.
Sonhamos um mundo colorido, o oposto das nossas tragédias em preto e branco.
É como se o bem que desejamos fosse medido com a intensidade do medo que temos do que é ruim e que tentamos repelir de nós.
É um porto de navios não ancorados.
Porque sentir-se bom, não significa sê-lo.
Porque entender de gente, não  faz ninguém mais humano.
Em prece, corra.
Corra para longe.
Leve consigo suas mazelas, suas ironias e sua estupidez.
Você não é o que pensa.
Você não é o livro denso e coerente que pensa ser.
Você é piada, e das grosseiras, daquelas que se escuta no balcão do bar sujo da esquina.
Se há salvação? Não sei.
O que existe mesmo, de verdade, é a vontade louca de liberdade.
Mais que querer estar, querer seguir.
Não é tão simples quanto possa parecer, mas em qual dimensão excluímos possibilidades?
Há sempre um amanhã pior disfarçado de esperança.
Pegue os seus julgamentos e faça deles o que bem entender.
O fato de olhar para você, não significa que te veja.
O fato de escutar você, não significa que te ouça.
O fato de ter amado você, não quer dizer que possa suportar tudo.
De fato em fato somos isso, o longe, o apartado, o solitário.
Tinha que ser assim.

Estava escrito.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Os sonhos que aprendi...

Muito se pensa.
Muito se fala.
Muito se especula.
Pouco se faz.
Pouco se sente. 
E se a vida fosse como sonhamos?
E se os sonhos fizessem parte da vida?
Quanto se perde por lutar diariamente pelo que se quer? E quanto se ganha? 
Sonho os sonhos que aprendi.
Penso os pensamentos que me vem.
Transformo em querer meu pensar para ser honesto comigo.
Transformo em ação meu querer para see justo comigo.
Quantas noites formam um sábio?
Quantas batalhas teve de ganhar o fraco até ser chamado de valente?
Quanto tempo mais até entender?
Sendo isso o que há em mim o que me resta a não ser permanecer, lutar, tentar e tentar de novo? 
Sonho os sonhos de um coração inconstante, onde  deposito minha juventude, minha força e meu amar.
E assim sigo, em direção do que terei de ser, até que possa ser eu mesmo.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Aprendendo e Vivendo

“A felicidade não é uma estação onde chegamos, mas uma maneira de viajar.”  Margareth Lee Rimbeuk

É rápido demais.
O ano, a semana, o dia. De repente, passou.
Isso aumenta em nós a ansiedade por tudo e por todas as coisas, e diminui a capacidade de perceber a beleza do que acontece conosco dia após dia.
Você já parou e pensou onde estava a cinco, dez anos atrás?
Sempre nos fazem essa pergunta, mas noutro tempo, projetada no futuro, para que, teoricamente, nos motivemos a lutar mais, a nos preparar mais, a acordar ainda mais cedo.
Mas hoje, do banco em que você se senta hoje, você consegue olhar para trás e perceber todo o caminho já que percorreu?
É possível enxergar em quantas batalhas esteve, e quantas delas ganhou?
Percebe a mudança, não só a física, mas a emocional?
Você chegou onde queria?
Foi preciso mudar os planos? Foi preciso recomeçar?
Quantas vezes na nossa vida, no nosso caminho, deixamos de ser felizes porque nos apegamos demais no que não conseguimos ter, no que não pudemos mudar, no que perdemos.
Deveria ser ao contrário.
 Em tudo há uma lição.
Mude a maneira de perceber, de sentir a vida.
Olhe para as suas conquistas, elas são mérito seu!
Projete-se no futuro sim, é importante, mas faça disso apenas uma ferramenta para desenvolver suas metas.
As metas nascem dos nossos sonhos, sonhe muito, e corra atrás de tudo o que quiser.
Mas experimente a graça de todos os dias respirar fundo, olhar para si mesmo e dizer: eu andei tanto para chegar até aqui! Eu mereço ser feliz! Eu tenho tempo para refazer o que eu preciso! Eu posso!
Convencer-se de que a felicidade é uma possibilidade real, torna a vida mais feliz.
Demorar a maneira de olhar para quem você ama, alimenta o amor.
Entender que sucesso está mais ligado a fazer o melhor humanamente, do que a uma história sem erros, isso pode fazer a diferença.
Anime-se.
Ame-se.
Ame.
Mude você.
Mude o mundo.
O resto?
O resto é mole, para quem tem leveza em si.
E a vida, bom, a vida é pra quem consegue ver o passado como modelo de um futuro que pode ser muito melhor.
E será.


sexta-feira, 7 de março de 2014

Importa

O que importa mesmo é quem se importa de verdade.
Se não se importa, entorta, quebra, acaba.
Quando se quer se alcança.
E se o telefone não toca?
E se a solidão for rotina?
O que importa é a porta.
A porta que abre, que permite, que liberta, que mostra o novo.
Porta fechada é silêncio, e obstáculo, é ninguém.
O que importa é o riso.
Dos mais finos aos mais largos.
Riso do riso.
Riso além da dor.
Riso que faz o rosto mudar de cor.
O que importa mesmo é perder a respiração.
De susto, de esforço ou de riso.
É ar indo embora e levando o que tem que sair.
É ar que entra, velocidade que aumenta, é suor.
Sentir a vida da gente, na gente é dádiva.
E vida não é solidão, vida é mais gente do que cabe na sala.
Vida é gente que se importa.
Vida é rir, recomeçar, perder e recuperar.
Vida é aprender e ensinar.
Vida é decisão.
E precisamos de mais vidas latentes perto de nós.
E precisamos de mundos melhores, criados e habitados.
E precisamos de gente que acredita.
E de mais gente.
E gente que aprendeu que observar é mais importante que julgar.

Porque num mundo que importa, o que importa é amar.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Procura-se

Procura-se os sonhos que foram levados sem que percebesse.
Procura-se o encantamento que oscila.
Procura-se por sorrisos.
Procura-se por momentos doces, igual a vitrine de padaria.
Procura-se intensivamente por mais intensidade.
Procura-se por mudança boa, e por força.
Se souber onde foram parar aqueles instantes, me avise! Também procuro por eles.
Procuro por amor genuíno.
Procuro por amor retribuído.
Procuro por felicidade grande, incabível.
Onde há mais papéis? Preciso de mais papéis para escrever de sonhos. Procuro papéis.
Quero encontrar menos muros e mais abraços.
Procura-se amigo que faz a vida ser leve.
Procuro canções, as de ninar e as de dançar.
Procuro mais gente sã e menos sanidade.
Procura-se por quem ama o que faz.
Procura-se lugares de sol ameno, de sombras largas, de vento forte.
Procura-se por aromas, os de flores, o de café, o de livro novo.
Procura-se por diferença, movimento, novos capítulos.
Procura-se por mocinhos mais vilões, e vilões que fazem o bem.
Procura-se, morando lado a lado, o real e o subjetivo.
Procura-se o que se quer, o que se sonha o que se deseja.
Porque a vida, o que seria se não uma grande procura?

Sendo assim procuro, e procuro até encontrar.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Mania

Para o inferno com esse seu egoísmo.
Não diga isso, porque pode ser tudo, menos natural.
Enfrente de frente.
Não se curve como uma criança amedrontada.
Medo de que?
Das consequências das suas escolhas?
Calma aí, tem algo errado nisso.
Tudo pelo qual optamos nos leva a algum lugar.
Sempre ao escolher uma possibilidade, abandonamos a outra, lei da vida, simples.
Chorumelas demais.
Autopiedade demais.
Prefiro o som do silêncio.
Prefiro força.
Prefiro grandes acontecimentos.
Prefiro nadar contra as marés.
Prefiro reatestar o que já foi atestado, e se me queimar, se doer, que fiquem marcas.
Sempre me atraí por marcas, por cicatrizes, não de uma maneira mórbida, não é isso, mas sempre pensei que quem carrega marcas impressas no corpo tem história para contar, e histórias que se tornaram marca na pele, essas sim merecem ser ouvidas.
Quanto a mim vivo de sonhos e de cacos.
De recomeços e de reconstruções.
Ninguém pode me culpar por gostar de ruínas.
Não posso ser condenado por não saber nada, e decidir a cada manhã a maneira como quero viver o hoje.
Não se trata de como o mundo é, se trata de como eu sou com o mundo.
Recolhendo cacos, colando-os, assim eu vou.
Mas nunca vou chegar nem perto do inferno com o meu egoísmo.
Porque egoísmo não sei.
Me apegar a desertos, não sei.
Hoje prefiro assim, me prefiro assim, vivendo o que me importa, e o que me importa é continuar com a mania de ver janelas onde os demais veem apenas muros.