segunda-feira, 18 de junho de 2012

Em frente


Andei por tantos caminhos até chegar aqui.
Vi tantas coisas.
Demorei a entender que conforme andava, crescia.
E crescer não é tão simples.
Crescer é permitir que a fantasia diminua e a realidade ganhe mais espaço.
Crescer é lutar para que o que acontece não interfira no que realmente somos.
Crescer é a batalha por manter sua essência igual, intocada.
Já me tiraram o chão.
Pessoas, a vida, o destino a sorte, todos eles já me tiraram o chão.
Reconheço que tive vontade de desistir mais do que uma pessoa normal.
Assumo que errei, que machuquei, que não supri.
Mas eu já vi tantas coisas até chegar aqui.
Eu mereço perdão, eu mereço absolvição.
Tudo o que foi tirado de mim, justifica o fato de que hoje eu mereça ser feliz.
A felicidade é olhar em volta e sentir-se em paz.
Em paz com o que passou e com o que virá.
Quantas vezes é preciso errar até que se acerte?
Muitas.
Nunca tive medo de errar.
Por isso sigo as inconstâncias dessa vida.
Morrendo de não morrer.
Certo de que o meu melhor está sendo dado, oferecido, posto à prova.
Certo de que essa história ficará gravada.
Certo de que ainda há muito o que se caminhar, e ver.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Como criança


A primeira vez que fui a casa de uma amiga, soube que a mãe dela tinha me achado demasiado infantil. Isso já faz uns 16 anos.
Ainda hoje eu não sei direito como me comportar quando me apresentam a alguém.
Eu não sei direito que assunto tocar.
Eu sou bom com crianças.
As pessoas pensam que eu não gosto delas, mas eu gosto sim.
Gosto de palhaçadas, e de piadas e de brincadeiras onde me sinta livre.
Eu sou grande e alto, mas no fundo ainda me sinto como criança.
Hoje com 30 anos, tenho uma dificuldade enorme de me reconhecer adulto, embora viva como um, haja como um, trabalho e realizo como um adulto, mas no fundo sou um menino.
E reconheço essa meninice na minha maneira de sentir.
Eu não sinto como um adulto.
Eu sinto como criança.
Sinto de verdade.
Sinto com intensidade.
Eu amo como se deve amar, sem reservas, sem limites, sem mentiras.
Eu não sou bom a todo o tempo, ninguém é.
Eu sou menino de pés no chão, que espera a mãe, no portão.
Sou menino tímido que não sabe direito como abraçar o pai.
Sou criança que divide o lanche com o amigo.
Tenho olhar de criança, que demonstra todo sentimento.
Tenho sensibilidade de criança, e choro.
Mas sobretudo, amo como criança, e me entrego aos meus sonhos e ao amor tal qual a  criança que pula nos braços de quem confia, sem medo, sem arrependimentos.
Aquele garoto infantil ainda existe, e eu sinceramente eu espero uma só coisa.
Que ele viva em mim para sempre.