domingo, 20 de dezembro de 2015

Repensando...

Eu sempre passei tempo demais arrumando meu guarda-roupa.
Eu queria que tudo estivesse organizado e em perfeito estado.
No fundo, o meu desejo, era de que quase milagrosamente, a organização dali de dentro fosse exatamente igual a organização daqui de fora.
Eu sempre passei tempo demais tentando organizar a minha vida. A ânsia de que não existisse nenhum tipo de imperfeição me fazia dedicar toda a energia na construção de uma história perfeita, meticulosamente escrita, sem pontas soltas.
Eu sempre passei tempo demais tentando organizar a vida dos outros, porque julgava eu, na minha egocêntrica maneira de pensar, que por experiência, poderia ser útil.
Eu sempre passei tempo demais tentando organizar tudo, talvez por arrogância, pensei ter as respostas para consertar o meu mundo, e todos os outros mundos.
Todo esse tempo tentando consertar tudo, hoje eu sei, foi desperdício. 
Os armários precisam estar desarrumados para imprimir verdade.
A vida precisa ser feita e refeita em meio a erros e acertos.
Salvar o mundo não é minha obrigação.
Acontece que eu gastei tempo demais tentando cuidar de tudo e todos, o tempo passou e eu fiquei para trás.
Das coisas que não tenho hoje, há enorme possibilidade de nunca ter. Porque o que deveria ter é construído com o tempo, e o tempo passou.
A gente, quando tenta salvar o mundo vira uma versão estereotipada do que se é de verdade. Pessoas te enxergam numa versão extremo-paternalista, outros numa versão super herói, incansável. Acontece que enquanto a gente se dedica a salvar o mundo, qualquer mundo que seja, a gente não encontra nenhum super herói para ajudar a salvar o nosso, porque de certo modo a impressão que deixamos é a de que não precisa.
Arrependimento? Talvez.
Cansaço? Certamente.
Tudo vai mudar? Nesse aspecto, pouco provável.
Eu só tenho um desejo: arrumar menos vezes o meu armário, e me permitir errar na vida e recomeçar, e ainda, não ser onipresente para o outro.
Quando se é onipresente dá-se a relação por validada, e não há esforço pela conquista, pela alegria, pelo cuidado, pela atenção, pela construção.
Eu quero gente que esteja por perto por mim, e não pelo que posso oferecer.
Quero que a vida me devolva as gargalhadas.
Quero segurança.
Quero romper os meus limites.
E se não der certo nessa vez, quero ser livre para tentar novamente.
E de tentar, hei de conseguir.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Desejo que sim...

Das coisas que desejo à você, poderia resumir em:
Que você seja feliz.
Que você trabalhe em algo que ame.
Que os seus amigos sejam os melhores.
Que você saboreie cada segundo das suas relações.
Que você possua resiliência.
Que em noites frias não haja solidão.
Aliás, que não haja solidão nunca.
Que você esteja sempre rodeado de pessoas.
Que a sua saúde seja boa.
Que pelo menos uma vez, em algum momento, você se sinta como primeira opção na vida de alguém.
Que haja sempre força para lutar.
Que as suas pernas sejam fortes para te levar onde você quiser.
Que você entenda o seu papel no mundo.
Que você se permita a ter altos e baixos.
Que haja riso de doer a barriga.
Surpresas de amolecer as pernas.
Borboletas no estômago.
Que haja música, em todo momento, música.
Que você descubra a beleza no adverso.
Que tenha o dom de aprender no momento mais árido.
Que você compreenda a rapidez com que tudo passa, e ame, e ria, e demonstre.
Porque amanhã quem sabe?
Amanhã poderemos não estar mais aqui, ou eu, ou você, ou tudo.
E daí, teria vivido a vida que sonhou para si?

Desejo que sim.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Quem disse...

Quem foi que disse que decepção não mata estava bem por fora.
Mata! Claro que mata!
Dia após dia morre dentro gente a admiração, o respeito, e por consequência a relação.
Há quem diga que a decepção nasce da criação exagerada de expectativa, pondo assim, a reponsabilidade da frustração no frustrado, pode até ser, mas se pararmos para pensar, nem tudo pode ser considerado expectativa, há também as convenções.
O que é convencionado, ou seja, definido por um código de conduta, não é esperado por ninguém como expectativa. Deveria vir, apenas porque deveria, porque é estabelecido e ponto.
Mas não vem. E quando não vem decepciona, e decepcionando machuca. Desacredita, desestimula.
Pensar em como o outro se sente, e por isso medir a atitude não é apenas sinal de boa educação e respeito, muito menos uma questão de humanidade, é sim sinal de nobreza.
Reduzir o outro, desrespeitá-lo, emburrecê-lo, não faz do agressor alguém maior, ou mais importante, nem mais inteligente ou poderoso, do contrário, sempre que a nossa ação é mesquinha, quem acaba diminuído somos nós mesmos.
Mas tudo isso pode ser besteira. Afinal, o que vai contra ao intransigente, segundo ele, é bobagem.


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Por merecer mais...


aa
 "Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos.” Charlie aprendeu e ensinou isso no filme “As vantagens de ser invisível”, e eu aprendi como Charlie.
É mais uma questão de entender-se do que de culpar a vida, o mundo, o universo, pelas nossas oportunidades, ou pela falta delas.
Por mais que possa parecer impossível libertar-se de uma situação de cárcere, por mais que seja impensável abandonar os velhos relacionamentos, e os velhos amigos, e tudo o que nos faz mal, é possível sim. E isso tudo é possível à partir do momento em que não se aceita mais as misérias dos outros, nem da vida.
Eu mereço mais, e por isso não vou me prender a nada nem a ninguém que possa despertar em mim as dores que não quero sentir, o pessimismo que não é meu, a insatisfação que não mereço.
Eu quero é mais, e quero simplesmente porque mereço mais.
Mereço ser amado e lembrado.
Mereço que quebrem a rotina por minha causa. Mereço compromissos desmarcados, porque meu tempo não é bastante.
Mereço sorrisos, presentes, cartas, mensagens, post its no computador.
Mereço elogios e correções.
Mereço muito mais do que tenho tido.
Sempre ouvi que na vida, chega-se a um momento onde as migalhas não satisfazem mais. Chegou para mim.
Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos.

Regra.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Aceitação

Opte por apenas um caminho, o do amor!
Há certas coisas na vida, que por algum motivo, não podemos mudar.
Por isso, opte pelo caminho do amor.
Por mais difícil, por mais que doa, tente olhar por outra perspectiva.
Aceitar pode até ir contra a tudo o que você sonhou, a tudo o que você aprendeu a acreditar, mas não dói apenas em você, tenha certeza disso.
Sempre há dois lados num conflito, e o outro lado, pode estar ali involuntariamente, sem ter pedido, apenas sendo vítima do que se é, do que a natureza construiu.
Quem opta pelo caminha mais difícil?
Quem decide pela rejeição?
Quanto dói uma rejeição?
Opte pelo caminho do amor.
Zelo não é cárcere.
Cuidado é aceitação.
Viver é parceria.
Quando se toma um caminho diferente do caminho do amor, o lado mais fraco e machucado da batalha torna-se susceptível, e os danos podem ser irreversíveis. 
Quantas vezes na sua vida as coisas já fugiram dos seus planos e mesmo assim você encontrou uma maneira de seguir em frente?
Quantas vezes você já pensou que não suportaria, e venceu?
Não tente nenhum caminho diferente do de amar sem medidas.
Não queira nada diferente de aproximação.
Não faça nada diferente do que o seu coração pedir. Diferente.
Diferente.
Diferente, ame o que a vida lhe trouxe como diferente.
Ame e viva.
Se for muito duro, lembre-se do que disse o poeta:
"Viver é um rasgar-se e remendar-se" 
Portanto, rasgue-se e remende-se, mas opte pelo caminho do amor.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Do que foi




Acabou. Fim.
Efêmero, findado.
Após o que se pensou ser, valeu a máxima:
Receba o que oferece, ou não receba nada.
Não importa o nome, era o que se tinha.
Árduo, intenso, real.
Não importa o nome.
Solidão.
Não é um com outro em alguns momentos, é um, e um contra todos.
Sinta o que quiser, mas não se pronuncie.
Para estar,  para servir, seja mudo.
Não estão prontos para ouvir.
Não conseguiriam entender.
Siga só, com a cara que eu quiser, quando eu quiser.
Não levante-se. Não estenda-se. Não é você,é tipo.
Endureça. 
Proteja.
Enrase-se.
Não cometa, não comprometa.
Lide você mesmo, e em silêncio,
Obrigado!


terça-feira, 17 de março de 2015

Há que se entender...

Eu choro, sempre.
Não me detenho, nem me envergonho.
Seja assistindo um filme ou lendo um livro, choro.
Cientificamente não sei como funciona, mas simploriamente penso ser a famosa lei da ação e reação. O nosso cérebro recebe um estímulo, e como reação nos pomos a chorar.
Eu sempre me orgulhei das minhas lágrimas, as de alegria e as de dor.
Eu não teria tantas belas historias se tivesse me blindado a não me emocionar em algum momento da minha vida.
Há quem pense que lágrimas demonstram fraqueza, pobre pensamento, lágrimas são sinais de sensibilidade, de humanidade.
Há que se entender de lágrimas para se compreender sorrisos.
Quem dera todos tivessem um ombro para chorar, ou alguém que destinasse um minuto apenas para entender do que sente o outro.
Mecanicidade. Relações cada vez mais egoístas, onde na aspereza, quase que narcoticamente se imagina ajudar. Tolice.
O que se precisa, na maioria das vezes, é compreensão à conselho. É toque à palavra.
Se você não se coloca a ouvir ninguém, qual a razão da sua existência?
Se você está ocupado demais para parar o olhar, de vale suas conquistas?
Ninguém tem amar por obrigação, a menos que se comprometeu com o amor.
Eu sempre choro.
Ultimamente choro porque dói.
É como se fosse um filme triste, mas é uma história minha, só minha, sem mais personagens, mas como todo o filme, com alguns poucos expectadores, e são ocupados demais.
Se eu puder deixar algo escrito na pedra será: olhe para os outro e faça por ele o que gostaria que fizesse para você.
Eu também diria: renda-se a ação e reação que provoca a lágrima, não se detenha frente às emoções da vida.

Permita-se ser intenso a ponto de nada mais importar. Só o amor. E amor demonstrado.