“Quem somos nós?
No que nos tornamos?
O que nos mantém?
Me pergunto em que momento do caminho tomamos direções
tão opostas.
Concretizo o verbo do meu amor em relação à você.
Sempre foi assim.
Te olho, te vejo, te percebo.
Digo: tudo vai dar certo.
Guardo os teus segredos, vivo tuas histórias.
Faço guerras por você, por amor.
E espero.
Espero por um interesse na minha vida, nas minhas coisas,
nas minhas melhoras.
Espero por um gesto humano, amoroso. Só espero.
Nossas conversas são sempre sobre você.
Se falo sobre mim, seus olhos não me olham, e outro
assunto nos interrompe, e novamente eu não sou mais importante.
Não se trata de carência. Nem de necessidade excessiva de
atenção.
Trata-se genuinamente de amor.
Afinal de contas eu jurei amor.
Pare e analise: das pessoas que estão ao seu lado,
quantas estão porque simplesmente amam você?
O que aconteceu conosco?
E se tudo não passasse apenas de ilusão?
E se até agora só eu amei?
Não sei como quero me sentir daqui pra frente.
Sei apenas como não quero me sentir.
Estou mudando a minha vida para um cômodo novo.
Não poderei levar todas as coisas.”
Deixou isso num papel amarelo sobre a mesa.
E se foi. Provavelmente para nunca mais voltar.