Por mais que nos esforcemos
a pensar que não, que na hora que mais precisarmos teremos amparo, que na hora
do medo teremos alguém para segurar a nossa mão, creia em mim, não funciona bem
assim na prática.
A vida é de dentro para
fora, e ninguém realmente consegue alcançar o que há dentro da gente.
A dor que mais dói é aquela
que a gente esconde.
É revelador compreender que
lá fora tudo continua sem a gente. O dia continua bonito, as agendas continuam
a ocupar pessoas, o trânsito a correr, só você parou, só você se engrugiu e
desapareceu por um momento, e daqui a pouco pode desaparecer para sempre.
Promessas de amor romântico!
Talvez o amor romântico seja uma das maiores mentiras que já contamos, e
vivemos, e passamos para frente.
Não há romantismo na dor,
ela é seca, e corta a gente como lâmina, lentamente.
Não há romantismo na solidão,
ela é silenciosa e enlouquecedora.
Mas a vida é um grande
clichê: a gente não entende o outro até passar por algo parecido, a gente
valoriza quando não tem mais, e assim por diante...
Eu sempre foi um idealista romântico.
Eu sempre acreditei que o amor demonstrado poderia salvar o mundo de alguém, ou
ao menos torná-lo melhor. Hoje não sei...
O que sei: as piores
experiências da vida são vividas no nosso íntimo, enquanto as pessoas que amamos
estão ocupadas demais.
Não reclamo, constato.
Não peço.
Vou continuar a lidar com os
meus demônios, como sempre, porém com novas certeza, solitárias e únicas
certezas.
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