domingo, 29 de outubro de 2017

Dos clichês da vida..

Dentre as coisas que a vida vai ensinando para gente, há lições que não são tão boas de se aprender.
Há lições que nascem do amadurecimento, e amadurecer não é tão simples. Amadurecer dói, machuca, e não acontece de uma hora para outra, acontece num processo longo, silencioso, que só se justifica no final.
Comigo não tem sido diferente.
Eu amo gente. Pessoas. Gosto de conviver com elas, de observá-las, de aprender com elas.
Acontece que estamos sempre impactando a vida uns dos outros, e os impactos mais marcantes estão na reação da nossa não ação. Como assim, não é só a ação que provoca uma reação? Em relações interpessoais não. A não reação gera um impacto tremendo, absurdo, dolorido.
Passar por fases difíceis todo mundo passa. Umas provocadas pela gente mesmo, outras que fogem ao nosso controle. Nesses momentos, o que a gente precisa é saber lembrar daquele pensamento que diz que "tudo na vida é temporário" ou daquele versículo que diz "que o choro vem a noite, mas a alegria ao amanhecer", ambos os pensamentos, o oriental e o cristão mostram a efemeridade dos acontecimentos, o que me é concreto hoje, amanhã não é mais.
Mas como a gente se vira até o amanhã chegar? É aí que está! É nesse momento que se entra no tal processo de amadurecimento. 
Ao contrário da maioria das pessoas eu não tenho lições inspiradoras e cheias de otimismo sobre as minhas adversidades.
Eu prefiro falar do fel. 
E o meu fel é a indiferença.
Como pode, num mundo de ajudas, ter de se passar pela escuridão sozinho?
Shakespeare escreveu: "E você descobre que não importa o quanto você se importa, algumas pessoas simplesmente não se importam." E não é nem em referência a - não se importam -  porque vieram com esse defeito, elas se importam, mas se importam só consigo mesmas.
Das coisas que aprendi por esses meses:
Se alguém te entrega uma tempestade interior, é porque ela confia em você, não trate esse drama como algo banal. Minhas jóias precisam de cofres de aço e não de gelo.
Quem quer ajudar não diz: "Qualquer coisa me liga!". 
Uma mensagem de WhatsApp não substitui contato pessoal.
Nunca discorra sobre os seus atos heroicos para ajudar seus amigos para um amigo que você sabe, está passando por um momento diferente, mas ruim também. É cruel.
Dizer: "Vou rezar por você" é lindo, romântico e um real presente vindo de pessoas não tão próximas, agora aqueles que convivem com você, que se atrevem a ser amigos, que tem relações mais estreitas, o tal "vou rezar por você" tem um efeito mais benéfico para o emissor do que para o receptor, e não estou desprezando o ato da oração não, longe de mim pensar isso, mas é tão narcotizante dizer para o outro que está rezando por ele ou por algo, narcotizante porque quem o diz se sente fazendo algo de fato. Sim, todos precisamos de oração, não há nada mais lindo do que fazer uma prece por alguém, do que encher o coração de bondade e mandar essa energia ao céu na esperança de que atinja o objeto da nossa oração, porém, perdoe-me, não é o suficiente. O meu xará disse lá na Bíblia: "A fé sem obras é morta.", isto é, fé precisa de ação. Entendeu o meu ponto? Não adianta rezar e não agir.
A vida tem tantos clichês, e é muito engraçado se deparar com cada um deles, mas sim, é na dificuldade que a gente descobre quem é quem na vida da gente.
Mais uma fase praticamente concluída.
Mais lições aprendidas.
Mais observações realizadas.
As palavras acima não compõe um desabafo, compõe sim constatações particulares. Minhas. Só minhas.

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